O dólar encerrou esta sexta-feira (21) cotado a R$ 5,717, representando uma valorização de 0,73% no dia. Apesar desse aumento, a moeda norte-americana registrou uma queda semanal de 0,51%, marcando a terceira semana consecutiva de desvalorização. O mercado, em meio a um cenário global de incertezas, viu os investidores ajustando seus portfólios em um pregão de liquidez reduzida.
A semana foi marcada por decisões importantes de política monetária. O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, manteve a taxa de juros inalterada entre 4,25% e 4,50% ao ano, com projeção de dois cortes até o final de 2025. Já o Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil aumentou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano, indicando a possibilidade de uma nova alta de menor magnitude na próxima reunião, prevista para maio. Essas ações reforçam o diferencial de juros entre Brasil e EUA, atraindo investidores estrangeiros e beneficiando o real.
Outro fator relevante foi o telefonema entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, acordando um cessar-fogo de 30 dias nos ataques russos à infraestrutura de energia da Ucrânia. O mercado também reagiu positivamente ao incremento nos gastos militares da Alemanha aprovado pelo Parlamento alemão. A combinação de cautela global e escassez de indicadores econômicos relevantes no Brasil levou os investidores a realizarem ajustes de posição durante o pregão. Com oscilações ao longo da semana, o dólar atingiu R$ 5,6486 na quarta-feira (19), sua menor cotação desde outubro de 2024.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, seguiu a tendência positiva e fechou em alta de 0,30% nesta sexta-feira, atingindo os 132.345 pontos. Na semana, o índice acumulou um ganho de 2,63%, refletindo o otimismo dos investidores em relação ao mercado de ações. O cenário atual permanece atento às ameaças tarifárias de Trump, com expectativa de anúncio de novas tarifas recíprocas em 2 de abril. Além disso, há incertezas sobre o impacto das políticas fiscais brasileiras, sobretudo com a proposta de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, o que gera preocupações quanto ao equilíbrio das contas públicas.

Comentários Facebook