Uma sentença da Justiça Federal da Paraíba condenou três envolvidos em desvios de recursos de obras no estado e revelou um esquema no qual o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), teria recebido valores em troca da destinação de emendas parlamentares.
O caso mencionado na sentença envolve o ex-prefeito de Malta (PB), Manoel Benedito de Lucena Filho, seu filho e um empresário da construção civil. Eles foram condenados por desvios de recursos em um contrato para recapeamento de ruas em Malta, cidade paraibana, com parte do financiamento proveniente de uma emenda de Hugo Motta.
Em depoimento gravado, o empresário José Aloysio Machado da Costa Neto afirmou que o deputado teria cobrado 10% do valor do contrato, o que totalizava aproximadamente R$ 78 mil. O prefeito de Malta teria ficado descontente com a solicitação, alegando que o município já enfrentava dificuldades financeiras.
Outras investigações já haviam apontado a participação de Motta em emendas suspeitas, como na construção de unidades de saúde em 2015 e na restauração de vias em 2024, ambas sob investigação por desvios de verbas públicas.
A decisão recente, derivada da operação Desumanidade, também revelou que o presidente da Câmara teria exigido 10% de comissão para destinar uma emenda para pavimentação asfáltica em Malta, demonstrando um padrão de conduta questionável.
As evidências sugerem que a empresa Sóconstrói atuava como fachada para terceiros realizarem as obras, com a promessa de 10% de contrapartida para os empresários. A defesa de Manoel e seu filho alegou inocência e afirmou que o processo licitatório transcorreu de forma correta.
Questionado, o deputado Hugo Motta não se pronunciou sobre as acusações, alimentando ainda mais a polêmica em torno do escândalo revelado.
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