O Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO, na sigla em inglês) fez projeções preocupantes sobre a dívida pública do país, apontando que poderá atingir níveis sem precedentes até 2055. Segundo o relatório, a dívida pública poderá alcançar 156% do Produto Interno Bruto (PIB) caso as políticas atuais permaneçam inalteradas. Alerta-se que o endividamento dos EUA ultrapassará rapidamente os índices históricos atingidos após a Segunda Guerra Mundial, chegando a 107% do PIB já em 2029 e atingindo 7,3% do PIB em déficits anuais até 2055, principalmente devido aos crescentes custos com juros da dívida, que saltarão de 3,2% para 5,4% do PIB ao longo do período.
Os principais fatores contribuintes para essa situação insustentável são o aumento dos juros e os persistentes déficits primários, de acordo com o CBO. O relatório destaca que mais de 50% dos gastos não financeiros em 2055 serão destinados a programas de saúde (como Medicare e Medicaid) e Previdência Social. O Medicare, por exemplo, consumirá 5,2% do PIB em 2055, em comparação com 3,1% em 2025. Já a Previdência Social, devido ao envelhecimento populacional, terá seu fundo esgotado em 2033, o que exigirá cortes de 24% nos benefícios a partir de 2034 caso não sejam implementadas reformas.
A projeção do crescimento econômico médio anual cairá de 2,5% (1995-2024) para 1,6% (2025-2055), em virtude da redução da força de trabalho e da produtividade. Sem imigração, a população dos EUA começará a declinar em 2033, com os idosos (com 65 anos ou mais) representando 23,4% da população total em 2055, em comparação com 17,9% em 2024. O CBO adverte que a alta dívida pública pode limitar as opções de políticas públicas e aumentar a vulnerabilidade a crises fiscais em longo prazo.
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