O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, solicitou mais tempo para analisar o caso e interrompeu o julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, responsável por pichar a frase “perdeu, mané” na estátua “A Justiça” durante os protestos de 8 de janeiro de 2023.
Até o momento, a condenação de Débora a 14 anos de prisão conta com os votos dos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, e Flávio Dino. Fux terá até 90 dias para devolver o processo e dar continuidade ao julgamento.
A pichadora estava sendo julgada virtualmente pela Primeira Turma do STF, composta também pelos ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. A sessão, que seria encerrada na sexta-feira, pode ter sua continuidade em julgamento físico.
As imagens capturadas durante os protestos identificaram Débora como autora da pichação na estátua, avaliada entre R$2 milhões e R$3 milhões, obra do artista mineiro Alfredo Ceschiatti.
Os principais elementos para a condenação da cabeleireira são sua participação nos protestos e as imagens da pichação na estátua da Justiça, símbolo do Poder Judiciário brasileiro.
Durante o processo, a procuradoria acusou Débora de associação criminosa armada, tentativa de subverter o estado democrático de direito, tentativa de golpe de estado e dano qualificado ao patrimônio público.
Débora, que está detida no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, alegou desconhecimento sobre o significado da estátua na época do ato e pediu desculpas ao ministro Moraes em uma carta, demonstrando arrependimento e dizendo que agora compreende a importância histórica do monumento.
A pichação com a frase “perdeu, mané” foi uma resposta à declaração do ministro Luís Roberto Barroso a um apoiador de Bolsonaro, em 2022, durante um episódio em Nova York.
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