O JusRacial, um grupo de advogados negros, tomou uma atitude significativa ao enviar uma notificação extrajudicial à Conmebol devido à omissão e corresponsabilização no caso de racismo contra Luighi, jogador do Palmeiras, durante a Libertadores Sub-20 no Paraguai. No incidente ocorrido na última quinta-feira (6), Luighi foi alvo de gestos racistas e uma cusparada por parte de um torcedor do Cerro Porteño enquanto se dirigia ao banco de reservas.
O JusRacial questiona a inação do árbitro, que, de acordo com o Código Disciplinar da Conmebol, deveria ter interrompido o jogo. O advogado e fundador do JusRacial, Dr. Hédio Silva Jr., afirmou: “Era obrigação do juiz interromper a partida, o jogador pediu isso, o código permite a interrupção, a suspensão por 10 minutos ou o cancelamento do jogo, mas o juiz não agiu, tornando a Conmebol corresponsável. Ela é cúmplice do agressor. Se não houver resposta, recorreremos ao Judiciário”.
A notificação enviada nesta segunda-feira (10) também levanta questões sobre a multa aplicada ao Cerro Porteño, no valor de US$ 50 mil, considerada baixa em comparação com penalidades previstas para infrações menos graves. Além disso, exige esclarecimentos sobre o registro do incidente na súmula da partida, a abertura de um procedimento disciplinar contra o árbitro e a implementação de ações preventivas pela entidade no combate ao racismo.
O JusRacial destaca-se por seu papel na prevenção e combate ao racismo, bem como na defesa dos direitos da população negra por meio da advocacia estratégica. A entidade também se responsabiliza por fiscalizar e denunciar práticas discriminatórias, promovendo políticas públicas para assegurar a igualdade racial.
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