Nas primeiras horas deste domingo (2/3), Israel anunciou a suspensão da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. O impasse gira em torno do acordo de cessar-fogo, enquanto o governo israelense pressiona o grupo Hamas a aceitar uma proposta de extensão temporária da trégua proposta pelos Estados Unidos. O Hamas acusa Israel de violar os termos do cessar-fogo, chamando a medida de “crime de guerra”.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu determinou a suspensão da entrada de bens e suprimentos na Faixa de Gaza. Israel exige a libertação de reféns como condição para o cessar-fogo. Caso o Hamas não concorde, outras medidas serão tomadas.
O porta-voz israelense, Omer Dostri, destacou que nenhum caminhão entrou em Gaza pela manhã e que essa situação permanecerá.
Proposta dos EUA para estender a primeira fase
O gabinete de Netanyahu informou que uma proposta para estender a primeira fase do acordo foi apresentada pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff. Segundo a proposta, a fase inicial seria prolongada durante o Ramadã e se encerraria na Páscoa, com a libertação gradual dos reféns. O Hamas critica a decisão israelense, considerando-a uma chantagem e um golpe contra o acordo de cessar-fogo.
O Hamas defende a transição para a segunda fase do cessar-fogo, que prevê a libertação de todos os reféns e um término duradouro dos combates em Gaza. O grupo pede mediação internacional para pressionar Israel a encerrar as medidas punitivas e imorais contra a população de Gaza.
Impasse e cenário humanitário
A crise humanitária na Faixa de Gaza se agravou após mais de 15 meses de conflito, levando a ONU a alertar sobre o risco de fome antes do cessar-fogo permitir a entrada de ajuda humanitária. Sob o acordo original, a segunda fase previa negociações para a libertação dos reféns restantes, a retirada das tropas de Israel e o fim definitivo da guerra, porém as negociações ainda não começaram.
Israel exige a devolução de todos os seus reféns para encerrar os combates. O Hamas mostra reféns israelenses em seu poder e defende a liberação por meio de um acordo de troca. No entanto, as partes discordam sobre o papel futuro do Hamas em Gaza e a administração pós-guerra, além do papel da Autoridade Palestina.
Tel Aviv rejeita a presença do Hamas no futuro de Gaza, defendendo a eliminação de suas estruturas militares e governamentais, desconsiderando uma transferência de poder para a Autoridade Palestina. O cenário coloca Gaza em um impasse político e humanitário de grandes proporções.
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