Uma influencer de Minas Gerais foi condenada pela Justiça por associar de forma ofensiva uma tragédia no Rio Grande do Sul a práticas religiosas. A publicação infeliz de um vídeo nas redes sociais, no qual ela culpava as enchentes no RS, ocorridas em 2024, às religiões de matriz africana, resultou em uma decisão judicial. No material, a influencer de 43 anos afirmava que as enchentes eram resultado da existência de terreiros de macumba na região, afirmando que isso teria provocado a ira de Deus. A postagem, realizada em 5 de maio de 2024, alcançou mais de 3 milhões de visualizações.
A influenciadora ainda desrespeitosamente implicou que as pessoas estavam desrespeitando o sagrado, o que resultava em sofrimento para os inocentes como consequência. O Ministério Público de Minas Gerais a denunciou por intolerância religiosa, entendendo que suas palavras incitaram discriminação e preconceito contra religiões de matriz africana.
A sentença da Justiça paulista tornou definitiva a ordem para a retirada das postagens, afastando a responsabilização das empresas de redes sociais. O juiz enfatizou que a publicação ultrapassou os limites da liberdade religiosa e de expressão, destacando que incitar o ódio público contra outras crenças não é protegido pela liberdade de expressão.
A Associação das Comunidades Tradicionais e de Cultura Popular Brasileira foi fundamental na ação judicial, que resultou na condenação da influencer e no estabelecimento de uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 35 mil. Cabe recurso à decisão. Até o momento, a defesa da influenciadora não se manifestou sobre o caso.
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