Sendo réu acusado de envolvimento em ações contra os Três Poderes e com seu passaporte apreendido, Léo Índio informou recentemente estar na Argentina. Em resposta, a defesa do primo dos três filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro foi notificada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a prestar esclarecimentos.
Leonardo Rodrigues de Jesus se tornou réu em 5 de março, enfrentando acusações relacionadas aos ataques ocorridos em 8 de janeiro, como atentado contra o Estado e participação em associação criminosa armada. Em janeiro de 2023, o ministro Alexandre de Moraes determinou a apreensão e cancelamento de seus passaportes.
Léo Índio deixou o país nos últimos dias, residindo na região sudoeste do Paraná, próxima à fronteira com a Argentina, onde a identidade é o único documento requerido para atravessar a fronteira.
Em um vídeo divulgado na quarta-feira, ele é visto ao lado de um corretor condenado pelo STF, Gilberto Ackerman, que está foragido na Argentina desde abril de 2024, conforme reportagem do UOL.
A determinação de Moraes não proíbe explicitamente o réu de sair do país, e não há mandado de prisão contra ele. Todavia, um juiz criminal consultado pelo UOL interpreta que essa restrição estava implícita quando Moraes ordenou a apreensão de seus passaportes. É previsto que nos próximos dias o STF possa emitir um mandado de prisão. Neste cenário, Léo Índio seria considerado como fugitivo.
Após a divulgação do caso, Moraes exigiu que a defesa se pronuncie em 48 horas. “Intimem-se os advogados de Leonardo Rodrigues de Jesus para prestarem esclarecimentos, no prazo de 48 horas, sobre as informações de sua possível saída do país.”
A defesa de Léo Índio comunicou ao UOL que só se manifestará no final do dia. No processo, seus advogados negaram todas as acusações da denúncia da PGR. Eles contestam que o réu não esteve envolvido no financiamento ou patrocínio dos ataques para promover um golpe de Estado, conforme dados de sua movimentação bancária.
“No dia 8 de janeiro de 2023, o acusado Leonardo Rodrigues de Jesus não entrou nos prédios públicos vandalizados e, portanto, não participou dos atos de vandalismo”, afirmaram seus advogados, Rafael Castro Alves e Clarice Pereira.
A PGR argumenta que Léo Índio tinha intenções criminosas ao participar desses movimentos, destacando inclusive uma fotografia do réu na rampa do Congresso Nacional, externamente. Para corroborar, o Ministério Público menciona diálogos dele defendendo a utilização de explosivos no Supremo Tribunal Federal.
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