O partido de oposição de centro-direita, Demokraatit, alcançou uma vitória nas eleições parlamentares da Groenlândia, realizadas na terça-feira, superando a coalizão de esquerda com 29,9% dos votos. O resultado foi anunciado nesta quarta-feira.
Situada entre o Atlântico Norte e o Oceano Ártico, a Groenlândia é um território autônomo da Dinamarca. O Demokraatit prefere uma abordagem gradual em relação à independência da Dinamarca, contrastando com o partido de oposição Naleraq, que busca uma independência mais rápida e alcançou 24,5% dos votos.
Nesta eleição, a polêmica promovida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em relação ao controle do território ganhou destaque. Trump expressou interesse em adquirir a Groenlândia, argumentando que é vital para a segurança nacional dos EUA.
Contudo, essa ideia foi rejeitada pela maioria dos 57 mil habitantes da Groenlândia. A região tem sido alvo de crescente atenção devido à intensificação da atividade militar na área, impulsionada pela competição geopolítica pelo Ártico, onde o derretimento das calotas polares está tornando seus recursos mais acessíveis e abrindo novas rotas marítimas.
“As pessoas desejam mudanças… queremos promover mais oportunidades de negócios para financiar nosso bem-estar. Não buscamos independência imediata, mas sim uma base sólida”, afirmou Jens-Frederik Nielsen, líder do Demokraatit e ex-ministro da indústria e minerais.
A Groenlândia, antiga colônia dinamarquesa, é considerada um território desde 1953. Em 1979, obteve certa autonomia com a formação do seu primeiro parlamento, porém Copenhague ainda mantém controle sobre assuntos exteriores, defesa e política monetária, além de fornecer anualmente cerca de US$ 1 bilhão para a economia local.
Em 2009, a Groenlândia conquistou o direito de buscar independência total por meio de um referendo, embora tal ação não tenha sido concretizada devido a preocupações com a possível queda nos padrões de vida sem o suporte econômico da Dinamarca.
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