A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Parcours, revelando um dos maiores esquemas de corrupção e fraudes ambientais do setor mineral brasileiro. A investigação, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF), expôs uma associação criminosa atuante desde 2014, causando prejuízos de quase R$ 1 bilhão à União e ao meio ambiente.
O esquema envolvia servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM) e geólogos contratados por uma empresa privada, suspeita de operar de forma irregular em áreas de exploração mineral. Eles burlavam controles, facilitavam a obtenção de licenças e prolongavam atividades ilegais, desrespeitando a legislação ambiental e regulatória.
Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, com o bloqueio de bens no valor de R$ 832 milhões. A 3ª Vara Federal Criminal de Minas Gerais afastou dois servidores da ANM e suspendeu as atividades da empresa investigada.
Houve um conluio entre agentes públicos e consultores técnicos para manipulação de dados geológicos, fraude em relatórios ambientais e ocultação de danos causados pela exploração ilegal de minerais. Os impactos ambientais ainda não foram totalmente quantificados.
Os geólogos contratados produziam laudos sob medida para a empresa, enquanto servidores da ANM favoreciam a empresa nos trâmites burocráticos. O nome da operação, “Parcours”, simboliza o caminho ilegal percorrido pela empresa investigada para fraudar o sistema de regulação mineral do país.
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