O Partido Liberal (PL) está de olho no desenrolar do julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, conhecida por pichar a estátua “A Justiça” com batom, e já vislumbra a chance de lançá-la como candidata nas eleições de 2026.
Mesmo com o julgamento suspenso no Supremo Tribunal Federal (STF) devido a um pedido de vista do ministro Luiz Fux, Débora é considerada um nome forte para concorrer.
O PL, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), defende um projeto de anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, em trâmite na Câmara dos Deputados, o que poderia impulsionar a possível candidatura de Débora em caso de condenação.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a candidatura de Débora é uma alternativa viável, porém, destacou que as restrições da prisão domiciliar dificultam o contato com ela.
“Ela está com muitas restrições para comunicação e ainda não conseguimos falar com ela. Mas, certamente, em nome da liberdade e democracia, ela terá espaço para concorrer pelo PL com toda certeza”, declarou Sóstenes ao Metrópoles. “Vamos trabalhar para aprovar a anistia. Na terça-feira, teremos uma reunião com o presidente Hugo [Motta]. Na quinta, apresentarei no Colégio de Líderes para votarmos na semana seguinte”, completou o líder do PL.
Débora foi liberada da prisão preventiva e está em prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Líderes da Câmara têm uma reunião agendada com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) para decidir sobre a urgência do projeto de anistia.
Decisão de Prisão Domiciliar
Débora deixou o Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, no interior de São Paulo, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que substituiu a prisão preventiva por prisão domiciliar.
Entre as condições impostas estão o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de utilizar redes sociais, dar entrevistas e se comunicar com outros investigados do caso de 8 de janeiro. Ela somente poderá receber visitas de advogados, familiares ou pessoas autorizadas pelo STF.
A PGR destacou que Débora atende aos critérios para prisão domiciliar, mas não para revogação total da pena. A solicitação da defesa baseia-se no fato de que ela é mãe de duas crianças menores de 12 anos.
“Os requisitos estabelecidos no art. 318-A do CPP estão atendidos, uma vez que os crimes não foram praticados contra filhos ou dependentes da requerente e não há provas da participação da ré em crimes contra a vida”, escreveu Gonet.
Débora é ré pelos mesmos cinco crimes pelos quais o ex-presidente Jair Bolsonaro responde no STF. Residente em Paulínia, interior de São Paulo, ela viajou para o Distrito Federal em 7 de janeiro, pichando a estátua da Justiça no dia seguinte, durante os eventos de 8 de janeiro.
O julgamento de Débora encontra-se suspenso por decisão de Luiz Fux, ministro do STF. Fux tem até 90 dias para devolver o caso à Primeira Turma do STF, onde está em análise. O relator, Alexandre de Moraes, votou por uma pena de 14 anos, com 12 anos e seis meses em regime fechado.
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