Proibição de touradas com violência divide a Cidade do México

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A decisão da Cidade do México de proibir touradas violentas foi comemorada pelos defensores dos direitos dos animais, mas recebeu duras críticas da indústria que lucra com essa tradição secular. A legislação aprovada por 61 legisladores proíbe eventos onde animais sejam mortos ou feridos, proibindo também o uso de objetos afiados, como espadas, pelos matadores, além de limitar o tempo de permanência de um touro na arena a 15 minutos.

A prefeita da capital mexicana, Clara Brugada, defendeu a medida como um passo em direção a touradas livres de violência, em contraste com a tradição que envolve a maior arena do mundo para esse tipo de espetáculo, com capacidade para 40 mil pessoas.

Para os defensores da proibição, o objetivo não é extinguir as touradas, mas sim modernizá-las. Segundo Brugada, é inaceitável a crueldade como entretenimento, destacando a importância de evitar o sofrimento e a morte dos animais por mero divertimento.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, endossou a decisão como uma solução que mantém empregos na indústria taurina e previne o abuso aos animais.

Apesar da tradição centenária das touradas em vários países da América Latina, ativistas afirmam que esses eventos impõem sofrimento desnecessário aos animais. A proibição na Cidade do México, embora vista como um avanço significativo, ainda é considerada insuficiente, uma vez que mesmo touradas sem derramamento de sangue causam sofrimento animal.

Eventos semelhantes já são proibidos em diversos estados do México e em outros países latino-americanos. Na Colômbia, por exemplo, está aprovada uma proibição que entrará em vigor a partir de 2027. Quito, capital do Equador, também não permite mais a morte de animais em touradas.

A nova legislação da Cidade do México deve entrar em vigor em 210 dias úteis após a aprovação, permitindo ao governo estabelecer novas regras para a realização de touradas. Já na Catalunha, na Espanha, as touradas foram proibidas em 2010, após uma petição assinada por 180 mil pessoas.

Apesar da resistência de parte da população, a proibição das touradas violentas representa um avanço na proteção dos animais e na promoção de uma sociedade mais ética e consciente em relação ao tratamento dos seres vivos.

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