A escalada de violência na Síria atingiu novos patamares, resultando na morte de mais de 500 civis alauitas desde a última quinta-feira (6/3). As forças de segurança sírias e grupos aliados intensificaram os confrontos no oeste do país, em uma resposta a apoiadores do presidente deposto Bashar al-Assad.
Os conflitos eclodiram na região de Latakia, reduto da minoria muçulmana alauita, de onde provém o clã Assad, marcando a primeira onda significativa de violência desde a tomada do poder por uma coalizão rebelde, liderada pelo grupo radical islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham, HTS, em 8 de dezembro de 2024.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), pelo menos 532 civis alauitas, incluindo mulheres e crianças, foram vítimas de execuções e saques em Latakia e zonas costeiras do país.
A violência resultou em um total de 745 mortes, englobando também membros das forças de segurança e grupos leais ao presidente destituído.
“Retorno à Calma Relativa”
Apesar da recente violência, a região testemunhou um “retorno à calma relativa”, apontado pela OSDH. As forças de segurança continuam suas operações de busca por indivíduos armados escondidos na área, buscando estabilizar a situação e restaurar a segurança.
O desafio para as autoridades sírias é restabelecer a estabilidade após mais de 13 anos de guerra civil, com o presidente interino Ahmad al-Sharaah apelando aos insurgentes alauitas para entregarem suas armas e permitirem o monopólio estadual sobre as mesmas.
A comunidade internacional expressou profunda preocupação com os abusos e apelou à moderação de todas as partes envolvidas, visando interromper a escalada da violência e evitar um maior derramamento de sangue.
A fragilidade do governo sírio, dependente em parte de grupos radicais islâmicos, reflete a tensão sectária existente no país e a complexidade da situação atual.
Neste cenário de intensa violência, a busca por estabilidade e paz se torna fundamental para a reconstrução e o futuro da Síria.
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