O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), optou por não comentar a vitória inédita do Brasil no Oscar com o filme “Ainda Estou Aqui”, seguindo a postura de outros governadores bolsonaristas que mantiveram silêncio diante da premiação.
“Ainda Estou Aqui” narra a história da advogada paulistana Eunice Paiva, cujo marido, o deputado federal cassado Rubens Paiva, foi sequestrado e assassinado pela ditadura militar nos anos 70.
Jair Bolsonaro (PL) sempre apoiou o regime militar e além disso, antes da premiação, criticou o filme em uma entrevista. Bolsonaro, enquanto deputado, possuía fotos do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi do Exército em seu gabinete.
Tarcísio costuma usar suas redes sociais para celebrar as conquistas de brasileiros em competições internacionais. Ele já valorizou feitos como a vitória do tenista João Fonseca no ATP de Buenos Aires e as medalhas de ouro conquistadas pela ginasta Rebeca Andrade e pela judoca Beatriz Souza nas últimas Olimpíadas.
Questionado pela Folha de S.Paulo sobre o motivo de seu silêncio em relação à premiação do cinema, o Palácio dos Bandeirantes não se pronunciou.
Enquanto Bolsonaro criticou o filme, se esquivando de declarar apoio, o diretor Walter Salles encarou “Ainda Estou Aqui” como fruto do retorno da democracia ao Brasil, marcado pela derrota do ex-presidente para Lula em 2022, sugerindo que sob o governo anterior, o filme não teria sido produzido.
Outros governadores bolsonaristas, como Romeu Zema (Novo) e Ratinho Junior (PSD), mantiveram posturas semelhantes a de Tarcísio, enquanto Ronaldo Caiado (União Brasil) fez uma breve celebração. Já o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), apoiador declarado de Bolsonaro, parabenizou a equipe do filme.
Tarcísio, nesta semana, tem compartilhado nas redes sociais ações policiais em blocos de Carnaval para deter ladrões de celulares, recebendo grande engajamento com postagens de policiais fantasiados de Power Rangers e personagens de Super Mario.
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