Venezuela concorda em receber deportados dos EUA em meio à crise de imigração de Trump
Em meio a acusações recíprocas sobre o boicote de um acordo alcançado em janeiro, a Venezuela concordou em retomar os voos de deportados pelos Estados Unidos, que estavam suspensos há um mês. A tensão aumentou após a deportação de 238 venezuelanos para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot) em El Salvador, evento descrito por Nicolás Maduro como um sequestro.
O governo dos EUA questionou o ritmo das deportações e revogou a licença de operação da Chevron na Venezuela. Por sua vez, Caracas acusou o Departamento de Estado americano de bloquear os voos de repatriação para o país caribenho.
Após o impasse, Jorge Rodríguez, negociador-chefe do governo venezuelano, anunciou o acordo para retomar a repatriação de migrantes venezuelanos, com um voo inicial marcado para domingo, 23 de março. Desde 2019, quando os dois países romperam relações diplomáticas, as tensões têm aumentado, com embargos e medidas unilaterais sendo impostas.
A questão das deportações dos venezuelanos revela uma postura rigorosa do governo americano, invocando leis antigas para justificar as expulsões. Enquanto os EUA acusam os deportados de possíveis vínculos com organizações terroristas, Caracas denuncia a criminalização da migração, destacando a importância de garantir o retorno e resgatar aqueles que foram transferidos enganosamente para El Salvador.
Com um histórico de milhões de venezuelanos migrando desde 2014, a situação da imigração no país continua sensível. A decisão de retomar os voos de deportação representa um capítulo significativo nesse cenário conturbado, no qual diversas questões políticas e humanitárias estão em jogo.
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