Com a perspectiva de redução das tensões comerciais envolvendo os EUA, o dólar encerrou o pregão desta quinta-feira (24) em baixa de 0,49%, cotado a R$ 5,69; ao mesmo tempo, o índice B3 atingiu os 134.580,43 pontos
O dólar registrou sua quinta queda seguida em relação ao real, fechando abaixo de R$ 5,70. Isso ocorre em meio às expectativas de diminuição das tensões comerciais, com moedas de países emergentes e exportadores de commodities ganhando força frente ao dólar. Essa movimentação também foi impulsionada pelos novos estímulos monetários adotados pelo governo chinês.
A postura menos hostil do presidente dos EUA, Donald Trump, em relação às taxas de importação com a China contribui para esse cenário. Mesmo com a negação de tratativas pela parte chinesa, Trump afirmou ter se reunido com representantes chineses, mencionando um prazo de “duas a três semanas” para revisão das tarifas comerciais.
O dólar à vista encerrou o dia a R$ 5,6912, com uma queda de 0,49%, acumulando uma perda semanal de 1,94% em relação ao real. Apesar do recuo nos últimos cinco pregões, a moeda apresenta uma leve queda no mês de abril. A atratividade do real para operações de carry trade é impulsionada pela alta taxa de juros real, embora existam expectativas de que o ciclo de aperto monetário do Banco Central possa estar chegando ao fim, com a possibilidade de um último aumento da Selic na reunião do Copom em maio.
Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do Banco Central, destacou a moderação da atividade econômica como fator crucial para a convergência da inflação para a meta estabelecida. Ele reiterou a previsão de reversão do hiato do produto de positivo para negativo em 18 meses.
A tarde foi marcada pela fala do diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do BC, Paulo Picchetti, que afirmou que o guia do Copom para maio, com um ajuste da Selic “em menor magnitude” em relação ao aumento de 1 ponto percentual em março, continua válido. No entanto, Picchetti ressaltou que a duração do ciclo de aperto e o total de ajustes ainda estão em aberto.
O Ibovespa alcançou seu maior nível de fechamento desde 17 de setembro de 2024, subindo 1,79% e atingindo os 134.580,43 pontos. Esse desempenho foi impulsionado pela demanda global por ativos de maior risco, além da queda nos juros domésticos. Vários fatores contribuíram, incluindo a reunião entre EUA e China, a expectativa de estímulos econômicos chineses e uma postura mais dovish de Guillen.
O mercado teve um rali significativo, especialmente após a declaração de Trump sobre as reuniões com a China. As ações cíclicas lideraram as altas, com empresas como Hypera (+12,27%), Magazine Luiza (+10,80%) e Petz (+9,65%) se destacando, apesar de balanços considerados abaixo do esperado.
Em resumo, o cenário econômico enfraqueceu o dólar e impulsionou a valorização do Ibovespa, refletindo a expectativa de amenização das tensões comerciais globais e da continuidade de estímulos econômicos.

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