Anistia: apoio da maioria à urgência não garante tramitação. Veja rito

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A oposição conseguiu 257 assinaturas para o requerimento de urgência do projeto de lei de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, assegurando o apoio da maioria absoluta de deputados federais. No entanto, essa marca, embora comemorada pelos congressistas, é uma formalidade e não garante automaticamente a tramitação da proposta.

O Partido Liberal lidera a defesa da anistia aos responsáveis pelos danos causados às sedes dos Três Poderes e obteve apoio não apenas de seus membros, mas também de partidos como União Brasil, Partido Progressistas e Republicanos, que fazem parte da base aliada do governo.

A solicitação de urgência deve agora ser protocolada pela liderança do Partido Liberal com o respaldo de 257 parlamentares. Contudo, a decisão final para que a matéria seja tramitada em regime de urgência depende do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que precisa incluir a demanda na pauta e obter a aprovação do plenário.

Apesar de ter alcançado a maioria absoluta necessária, de acordo com o regimento interno da Câmara, a decisão de colocar o pedido em votação e debater o conteúdo da proposta cabe exclusivamente a Motta. Dessa forma, as assinaturas representam uma etapa formal, mas não garantem a continuidade do processo legislativo.

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), após a obtenção da maioria de apoios, expressou confiança na postura adotada por Motta. Ela ressaltou: “Confio na palavra do presidente Hugo Motta, de que este projeto não será votado, uma vez que sua aprovação poderia gerar uma crise institucional, como ele mesmo mencionou”.

Em meio à pressão bolsonarista, Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, tende a não incluir o projeto na pauta neste momento, conforme reportagem do Metrópoles. O Centrão, por sua vez, avalia que Motta continuará negociando com membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo Lula em busca de alternativas ao texto apresentado.

Os defensores da proposta argumentam que a anistia é necessária por motivos humanitários, pedindo o perdão das penas dos envolvidos nos eventos de 8 de Janeiro, quando houve depredação nos órgãos dos Três Poderes. De acordo com dados do STF, até o final de março, 144 pessoas estavam detidas por atos ligados a essa manifestação e tentativa de golpe de Estado.

Por outro lado, os críticos afirmam que o projeto poderia garantir impunidade a militares envolvidos em possíveis conspirações golpistas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (PL), em caso de futuras condenações.

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