São Paulo – Nesta segunda-feira (14/4), a oposição ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) fez uma avaliação crítica dos primeiros 100 dias do seu novo mandato à frente da capital paulista. Entre os pontos destacados estão o não cumprimento de metas pré-estabelecidas pela gestão e uma postura considerada autoritária.
Durante um evento na Câmara Municipal, vereadores e líderes partidários da oposição apontaram falhas na administração de Nunes em 2025. O destaque ficou para a não realização de metas estabelecidas para o período e um comportamento tido como autoritário por parte do prefeito.
Guilherme Boulos (PSol), que disputou com Nunes no segundo turno das eleições de 2024, esteve presente no encontro crítico. O evento foi uma resposta à apresentação feita pelo prefeito na semana anterior, na qual ele anunciou um conjunto de 55 grandes obras, no valor de R$ 19 bilhões, algumas delas provenientes de sua gestão anterior.
Segurança
Os opositores ressaltaram a associação do prefeito ao bolsonarismo, especialmente em relação ao discurso rígido adotado na área da segurança pública. Foram criticadas ações consideradas mais voltadas ao marketing do que às melhorias efetivas na segurança da cidade, como a instalação de um “prisômetro” para contabilizar em tempo real os detidos pelo Smart Sampa e a tentativa de renomear a Guarda Civil Metropolitana para Polícia Municipal, medida que foi barrada judicialmente.
“Autoritarismo”
As críticas também se voltaram para a participação de Ricardo Nunes em uma manifestação convocada por Bolsonaro, na qual se pedia anistia para envolvidos nos atos golpistas de janeiro de 2022. Esta postura foi classificada como autoritária e incoerente com a postura democrática que o prefeito prometeu durante a campanha eleitoral.
Além disso, foi questionada a possibilidade de Nunes deixar o cargo no próximo ano para concorrer ao governo de São Paulo, caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) se candidate à presidência, deixando de lado questões locais em busca de projeção nacional.
A presença do prefeito no ato foi descrita como autoritarismo, especialmente ao se aliar “a pessoas que tentaram um golpe no nosso país”, como destacou Guilherme Boulos. A postura de Nunes em relação a questões como aumento salarial de servidores também foi criticada, ressaltando uma possível punição a professores grevistas.
Por fim, a atuação de Nunes em relação às CPIs na Câmara Municipal também foi motivo de preocupação, com pressões à base aliada para não indicar membros em comissões que investigariam questões desfavoráveis à gestão, como as causas de enchentes e possíveis fraudes na comercialização de moradias.
Após estes intensos 100 dias de debate e críticas, a gestão de Ricardo Nunes enfrenta desafios e questionamentos que mostram a complexidade da administração pública e a necessidade de transparência e diálogo com a sociedade para a efetiva transformação da cidade de São Paulo.
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