No relato emocionante divulgado durante o programa Chico Pinheiro Entrevista (YouTube), Astrid Fontenelle, de 64 anos, revelou um episódio de racismo que seu filho Gabriel, 16, viveu em um resort na Bahia quando ainda era criança.
De forma chocante, uma hóspede ignorante confundiu o adolescente com um funcionário do estabelecimento simplesmente pela cor de sua pele. “Ela o chamou: ‘Menino, menino, poderia pegar um colchonete ali para mim?’ Com que tom, não é mesmo? Então eu rebati: ‘O que você está pensando? Que ele é um funcionário do hotel? Não percebe que ele é uma criança, para começo de conversa? Ele não é um funcionário, ele é meu filho. Saia daqui!'”, desabafou Astrid.
Diante da situação constrangedora, a agressora não apenas se recusou a se desculpar, como ainda debochou da fama de Astrid na mídia. “Primeiro ela disse: ‘Está fazendo esse alvoroço só porque é famosa’. E eu retruquei: ‘Não, você é uma racista!’ Encarei a situação de frente. Essa pessoa saiu para a praia e a primeira pessoa negra que viu na Bahia ela achou que fosse seu empregado.”
Com firmeza, a mãe de Gabriel confrontou a mulher, oferecendo-lhe um livro sobre questões raciais. “Pois é, para sorte dela… Deixe-me corrigir: para a sorte dela, eu estava lendo a terceira edição de ‘Escravidão’, de Laurentino Gomes. Quando ela se virou, eu disse: ‘Venha cá, tenho um presente para você’. Exibi o livro para ela. Ela ficou extremamente irritada e desviou o olhar.”
Mesmo diante da negativa da hóspede, Astrid fez questão de enviar o livro ao quarto dela por outra via. “Enviei para o seu quarto. Não devolveram. Espero que ela tenha aprendido algo. As pessoas precisam prestar atenção umas nas outras, né? Não perceber que ele era uma criança? Ela viu a cor da pele antes de notar que era um menino, não é? Não há outra explicação a não ser acreditar que foi racismo”, refletiu Astrid.
Finalmente, é essencial ampliar discussões sobre igualdade e respeito, reforçando a importância da empatia e da conscientização em cenários como este.
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