O relacionamento entre Bolsonaro e Silas Malafaia é como um jogo de ventriloquia, onde o presidente usa o pastor para expressar opiniões controversas. Malafaia, por sua vez, deseja ser preso para se tornar um mártir, um desejo reforçado pelo seu apelo ao ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro, conhecido por sua busca por dinheiro e reconhecimento, evita a prisão a todo custo. Como ex-soldado disciplinado dispensado pelo Exército, relembra sua única prisão e teme por uma repetição. Alega ter escapado de um golpe que resultaria em sua prisão, o que o levou a fugir para os Estados Unidos, onde enfrentará acusações de subversão da democracia.
No recente comício em São Paulo, Bolsonaro utilizou Malafaia para atacar Moraes, criticar a imprensa e apoiar o general Braga Netto, que se encontra detido de forma, segundo o presidente, injusta. Malafaia, então, foi além e criticou diretamente os militares, questionando sua postura diante dos desafios atuais.
A tentativa de Bolsonaro de convencer os generais a apoiarem um golpe contra a posse de Lula e a queda de Moraes foi rejeitada pelos militares, que temeram as consequências da ação. A fala do pastor Malafaia, acusando os generais de omissão, levanta questionamentos sobre a lealdade destes diante de possíveis decisões judiciais contra o presidente.
Nesse contexto, a estratégia de Bolsonaro de usar Malafaia como porta-voz de suas críticas aos militares revela mais a covardia do presidente do que a suposta fraqueza dos generais. Enquanto Malafaia ecoa palavras, Bolsonaro se esquiva por trás do boneco, em uma tentativa desesperada de se manter distante dos confrontos diretos.
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