Em sua primeira aparição pública após virar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por acusações de tentativa de golpe, o ex-presidente Jair Bolsonaro alegou em São Paulo que as acusações são resultado de perseguição política. Durante o discurso, Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e enviou recados ao Congresso sobre o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro.
Em sua fala, que durou cerca de 25 minutos na Avenida Paulista, o ex-presidente afirmou que o verdadeiro golpe foi sua derrota nas eleições de 2022 e que manter sua inelegibilidade até 2026 representaria “abrir as portas para a ditadura no Brasil”. Bolsonaro está impedido de concorrer até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Quem deu o golpe em outubro de 2022? Quem tirou Lula da prisão? O indivíduo condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro foi libertado. Quem desconsiderou a condenação para permitir que Lula evitasse a Lei da Ficha Limpa? Os mesmos”, disse Bolsonaro. Ele continuou afirmando que seus oponentes desejam sua morte e destacou sua saída do Brasil como medida de autopreservação.
O ato na Avenida Paulista, que visava pressionar por uma anistia aos envolvidos nos eventos do 8 de Janeiro, contou com a presença de sete governadores, parlamentares e outros aliados. Muitos dos presentes, que haviam condenado a violência na Praça dos Três Poderes anteriormente, defenderam agora uma anistia aos envolvidos.
De acordo com o levantamento da USP, aproximadamente 44,9 mil pessoas participaram da manifestação em São Paulo. Bolsonaro, ao mencionar a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou a estátua da Justiça em janeiro, afirmou que a anistia é uma competência exclusiva do Congresso e que sua eventual sanção significaria a concessão do perdão. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também discursou, convocando um “levante dos batons” em favor do perdão aos “injustiçados”.
Manifestantes presentes entoaram o coro “Fora, Moraes” durante o evento, criticando a condução do projeto de anistia pelo presidente da Câmara dos Deputados. O pastor Silas Malafaia atacou o deputado Hugo Motta, a quem acusou de envergonhar a população da Paraíba por não apoiar o projeto de lei da anistia. De acordo com o “Placar da Anistia do Estadão”, 197 deputados são favoráveis à anistia, número mais que suficiente para garantir a urgência do projeto no plenário da Câmara.
Esses foram os principais destaques do ato liderado por Jair Bolsonaro no domingo, em São Paulo.
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