BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em uma ação baseada na Convenção de Caracas e na legislação brasileira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou nesta sexta-feira (18) que o Brasil concedeu asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredi, por questões humanitárias. De acordo com Vieira, a concessão do asilo levou em consideração a situação de saúde delicada de Nadine, que foi recentemente operada da coluna vertebral e ainda está em processo de recuperação. Além disso, o filho menor dela também foi contemplado com o asilo.
A ex-primeira-dama foi condenada à prisão pela Justiça peruana por lavagem de dinheiro, enquanto seu marido encontra-se detido. Com base em critérios humanitários, o governo brasileiro decidiu conceder o asilo para garantir a continuidade do tratamento médico de Nadine e a proteção do filho menor. O governo peruano emitiu salvo-condutos para permitir a saída segura da ex-primeira-dama e seu filho do país.
Nadine Heredi foi condenada juntamente com seu esposo, o ex-presidente Ollanta Humala, a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro no caso dos aportes ilegais da Odebrecht e da Venezuela às campanhas eleitorais de 2011 e 2006, respectivamente. A sentença encerra um longo processo que durou mais de três anos e culminou na condenação do casal.
O ex-presidente Humala, que também foi sentenciado, optou por cumprir sua pena em uma base policial especialmente destinada a líderes políticos presos no Peru. Enquanto isso, seu advogado afirma que buscará provar a inocência do ex-presidente, negando as acusações sobre a origem dos recursos financeiros recebidos durante as campanhas.
A situação envolvendo a Odebrecht, empresa no centro de escândalos de corrupção em diversos países da América Latina, trouxe à tona questões complexas sobre corrupção e financiamento eleitoral ilícito na região.
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