Funcionários e ex-colaboradores do Instituto do Carinho, que presta serviços de home care a crianças, denunciam más condições de trabalho, incluindo cadeiras quebradas, comida inadequada e sobrecarga de funções. Alguns procuraram apoio jurídico devido ao acúmulo de tarefas e más condições de trabalho que afetam sua saúde mental.
Os relatos indicam que, ao longo dos anos, as trabalhadoras acabavam exercendo funções de enfermagem sem receber remuneração adicional, além de cuidar diretamente das crianças.
Uma funcionária compartilhou a sobrecarga de trabalho, descrevendo procedimentos médicos que realizava, incluindo situações críticas de saúde em que precisava intervir imediatamente.
Em determinadas situações, até mesmo procedimentos de emergência, como reanimação cardiopulmonar, eram realizados pelas funcionárias.
Falta de estrutura e condições precárias
Além da sobrecarga de tarefas, os funcionários enfrentavam a falta de intervalos adequados para descanso e condições desconfortáveis de descanso, incluindo cadeiras quebradas e ausência de locais apropriados para repouso.
A situação das cadeiras desconfortáveis e quebradas era tão crítica que, em alguns momentos, os funcionários eram obrigados a se deitar em tatames no chão por falta de assentos adequados.
Apesar das promessas de substituição, as novas cadeiras nunca chegaram, e os funcionários eram desencorajados de descansar durante seus expedientes.
Veja imagens das condições:
Além disso, a alimentação dos funcionários também era comprometida, com oferta de alimentos vencidos e de má qualidade, como carne com mau cheiro e frutas estragadas.
A falta de estrutura se estendia até as refeições, com relatos de alimentos com prazo de validade vencido oferecidos aos funcionários, que também eram impedidos de levar comida para o trabalho, sendo obrigados a comprar seu próprio café da manhã quando em plantão noturno.
Impacto na saúde mental dos funcionários
Em mensagem interna, o coordenador-geral reconheceu o aumento de afastamentos por questões de saúde mental, demonstrando preocupação com o bem-estar dos colaboradores. No entanto, a falta de suporte adequado e o excesso de pressão contribuíam para o adoecimento dos funcionários.
A advogada que representa judicialmente alguns funcionários destaca a sobrecarga, a insalubridade do ambiente de trabalho e os danos morais sofridos pelos colaboradores como questões graves.
Os colaboradores se sentiam pressionados a realizar procedimentos para os quais não estavam devidamente preparados, sem apoio necessário da instituição.
Até o momento, o Instituto do Carinho não se pronunciou oficialmente sobre as acusações, gerando ainda mais insegurança entre os funcionários.
Posicionamento da instituição
O diretor-administrativo do Instituto afirmou que a instituição desligou funcionários por condutas incompatíveis e alegou que medidas foram tomadas para corrigir as falhas apontadas. No entanto, a falta de resposta adequada às preocupações dos colaboradores reflete a falta de comprometimento com o bem-estar da equipe.
A transparência, ética institucional e o respeito aos funcionários devem ser prioridades para garantir um ambiente de trabalho saudável e digno para todos os envolvidos.
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