A Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou, em segundo turno, a utilização da Bíblia Sagrada como material de apoio em escolas públicas e particulares. O objetivo é promover estudos culturais, históricos, geográficos e arqueológicos. A proposta, apresentada pela vereadora Flávia Borja (PP), foi aprovada por 28 votos a favor, 8 contra e 2 abstenções.
A decisão final sobre o projeto de lei caberá ao prefeito Álvaro Damião (União Brasil), que poderá sancioná-lo ou vetá-lo. Para Flávia Borja, a Bíblia possibilita aos professores explorar narrativas de antigas civilizações, como a israelita e a babilônica, além de permitir o estudo de diversos gêneros literários, como crônicas, poesia e parábolas.
Alguns parlamentares que se opõem à medida, como o vereador Pedro Patrus (PT), alegam que o projeto viola a laicidade do Estado. Patrus chegou a propor uma emenda proibindo qualquer conotação religiosa na abordagem, porém a emenda foi rejeitada com 25 votos contrários e 13 a favor.
O texto aprovado garante a liberdade religiosa, não tornando obrigatória a participação em aulas com conteúdo bíblico. No entanto, opositores expressaram preocupação com a exposição de alunos de outras crenças ou famílias ateias.
Para Flávia Borja, a inclusão de outras religiões, como as de matriz africana, no currículo escolar visa à promoção da diversidade cultural. Nas redes sociais, a vereadora comemorou a conquista afirmando que Belo Horizonte está se tornando uma cidade mais conservadora.
O prefeito Álvaro Damião terá 15 dias para decidir se sanciona ou veta o texto após recebê-lo em sua versão final.
Comentários Facebook