O Caso Gritzbach: Polícia Militar indicia 16 envolvidos na morte do delator do PCC
A Corregedoria da Polícia Militar (PM) concluiu o Inquérito Policial Militar, que resultou no indiciamento de 16 policiais por escolta ilegal e envolvimento no assassinato de Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). Do total de indiciados, 12 serão responsabilizados por organização criminosa, um por falsidade ideológica, e os três policiais diretamente ligados ao homicídio por organização criminosa para prática de violência. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que 17 policiais militares permanecem presos após as investigações.
Conclusão do inquérito e outras investigações em andamento
No dia 14 de março, a Polícia Civil encerrou o inquérito policial que apurava a execução de Vinícius Gritzbach no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, após 126 dias de investigação. Provas robustas detalharam o envolvimento de cada suspeito no crime, resultando na solicitação de conversão da prisão temporária em preventiva para oito pessoas. Outros três inquéritos investigam o motivo da viagem de Gritzbach a Alagoas, o envolvimento de terceiros no crime, e o fornecimento de informações antes e depois do assassinato.
“As investigações chegam ao final nesta etapa. O inquérito traz provas técnicas robustas para amparar o Ministério Público em sua denúncia. Daremos continuidade a outras investigações e possíveis participações de outras pessoas”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian.
O inquérito, com cerca de 20 mil páginas e análise de 6 terabytes de dados, incluindo imagens, áudios e demais informações obtidas judicialmente, permitiu individualizar as condutas dos envolvidos durante os meses de investigação.
Apesar do encerramento das investigações, paralelamente, três inquéritos buscam esclarecer a busca de Gritzbach por joias em Alagoas, o envolvimento de outras pessoas no crime, e a possível motivação por trás do assassinato.
Mandantes do crime e desdobramentos
De acordo com a força-tarefa da SSP, a execução de Gritzbach foi ordenada por Emílio Carlos Gongorra, o “Cigarreiro”, com a participação de Diego Amaral, conhecido como “Didi”, no planejamento do crime. O homicídio foi motivado pela vingança pela morte de Anselmo Becheli Santa Fausta e Antônio Corona Neto, pelas quais Gritzbach era apontado como o responsável.
“Temos provas técnicas que apontam os mandantes do crime, incluindo mensagens que justificam a motivação como um ato de vingança”, afirmou a delegada Luciana Peixoto, do DHPP.
Além da vingança, Gritzbach foi assassinado por começar a delatar esquemas do PCC ao Ministério Público de São Paulo. Os três mandantes estão foragidos, assim como Kauê do Amaral Coelho, apontado como olheiro que ajudou os executores a monitorarem os passos de Gritzbach no aeroporto. A polícia suspeita que todos estejam numa comunidade do Rio de Janeiro.
Paralelamente, a Polícia Federal conduz investigações sobre uma associação criminosa envolvendo policiais civis ligados ao PCC em esquemas de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva. No total, 26 suspeitos foram presos, incluindo policiais militares, civis e pessoas relacionadas a Kauê.
Denúncia do MPSP e desdobramentos judiciais
Em fevereiro deste ano, uma denúncia do Ministério Público tornou réus 12 pessoas, incluindo policiais civis, empresários e um advogado. Dentre os denunciados estão Ademir Pereira de Andrade, Ahmed Hassan Saleh, Eduardo Lopes Monteiro, Fabio Baena Martin, Marcelo Marques de Souza, Marcelo Roberto Ruggieri, Robinson Granger de Moura, Rogerio de Almeida Felicio, Alberto Pereira Matheus Junior, Danielle Bezerra dos Santos, Valdenir Paulo de Almeida e Valmir Pinheiro, cada um respondendo por diferentes acusações relacionadas a crimes diversos.
Execução de Gritzbach
Vinícius Gritzbach foi executado no Aeroporto Internacional de São Paulo ao desembarcar de uma viagem em novembro. Durante a execução, Gritzbach foi alvo de 29 tiros, 10 dos quais o atingiram fatalmente. Além dele, um taxista foi morto e duas pessoas ficaram feridas.
A investigação, conduzida pelo DHPP, revelou detalhes do crime, como a atuação de dois homens encapuzados em coletes à prova de balas e armados com fuzis que realizaram os disparos. O caso segue em andamento com a força-tarefa dedicada à investigação.
Chamado à Ação: Compartilhe esse relato para conscientizar sobre os desdobramentos e ações em curso envolvendo crimes dessa natureza.
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