China: confronto comercial entre EUA e China ameaça países em desenvolvimento
Em meio à intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o governo chinês alertou que as tarifas comerciais implementadas pelo presidente Donald Trump resultarão em sérios prejuízos, sobretudo para as nações em desenvolvimento. Em uma comunicação à Organização Mundial do Comércio (OMC), o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, expressou preocupação com a possibilidade de uma crise humanitária de proporções imprevisíveis.
“As tarifas causarão graves prejuízos aos países em desenvolvimento, especialmente os menos desenvolvidos, e podem até desencadear uma crise humanitária”, ressaltou Wentao em relação às medidas adotadas pelos EUA.
Em um movimento de retaliação às tarifas de 145% impostas por Trump, a China elevou suas taxas sobre produtos norte-americanos para 125%. Esse escalonamento da guerra comercial ocorre logo após o presidente chinês, Xi Jinping, alertar que “não há vencedores em uma guerra tarifária”.
Durante um encontro com o primeiro-ministro espanhol, Xi Jinping convidou a União Europeia (UE) a se unir à China para resistir à pressão dos EUA, em uma estratégia chinesa para fortalecer suas parcerias comerciais globais.
Diante do impasse, Pequim declarou que irá desconsiderar possíveis futuros aumentos tarifários por parte dos Estados Unidos, afirmando que, a esse nível, os produtos americanos já não teriam espaço no mercado chinês.
Em 2024, as exportações da China para os EUA ultrapassaram os US$ 500 bilhões, representando 16,4% do total das exportações do país asiático, conforme dados das alfândegas chinesas.
A intensificação do embate comercial entre as duas maiores potências econômicas globais não apenas ameaça sua própria estabilidade, mas também gera reflexos prejudiciais sobre economias em desenvolvimento, evidenciando a necessidade de uma busca por soluções diplomáticas e comerciais equilibradas.
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