A atmosfera brasileira está sendo palco de um incrível espetáculo cósmico desde 14 de abril, quando a Terra começou a atravessar a região do espaço onde o Cometa Thatcher passou, deixando um rastro de poeira e detritos cósmicos.
Essa fenomenal exibição corresponde à chuva de meteoros Líridas (Lyrids), um evento anual que presenteia os entusiastas da astronomia com a visão de objetos verdadeiramente extraterrestres. O ápice dessa incrível manifestação celeste está programado para a noite de 21 a 22 de abril.
Segundo o astrônomo Marcelo De Cicco, do Observatório Nacional em entrevista à Agência Brasil, o melhor horário para apreciar esse espetáculo será no pico, durante a madrugada de 22 de abril, por volta das 2h da manhã (horário de Brasília). Nesse momento, o ponto de origem dos meteoros, conhecido como radiante, estará mais elevado no céu, oferecendo condições ideais para observação.
Mergulhado no estudo das ciências planetárias e coordenador do projeto brasileiro de pesquisa de meteoros Exoss, Cicco afirma que aqueles que estiverem em locais escuros, longe da poluição luminosa urbana e em momentos de menor luminosidade lunar, poderão contemplar até 18 meteoros por hora.
Para otimizar a visualização, o astrônomo sugere que os observadores voltem seus olhares predominantemente para o norte, mais especificamente em direção ao quadrante Norte, próximo à estrela Vega.
Ele lembra que a chuva de meteoros Líridas ocorre anualmente entre 14 e 30 de abril.
Para facilitar a identificação dos pontos cardeais, os observadores que não possuírem uma bússola podem estender o braço direito na direção onde o Sol nasce (leste) e o braço esquerdo na direção onde o Sol se põe (oeste), estando assim virados para o norte.
Esses corpos celestes em movimento que adentram a atmosfera terrestre queimam parcial ou totalmente devido à fricção com a atmosfera e ao contato com as moléculas de oxigênio, deixando um rastro luminoso no céu, conhecido popularmente como “estrela cadente”.
O estudo das chuvas de meteoros contribui para estimar a quantidade e período de maior incidência de detritos provenientes de correntes de meteoroides que a Terra atravessa em intervalos regulares.
Assim, missões espaciais e centros de controle de satélites podem aprimorar suas estratégias de proteção para naves e equipamentos em órbita próxima à Terra e à Lua.
Essas chuvas de meteoros também fornecem insights sobre a formação do Sistema Solar, permitindo investigar as propriedades dos detritos e ampliar o entendimento sobre cometas, fragmentos lunares e marcianos decorrentes de impactos antigos, bem como sobre os Objetos Próximos à Terra (Near Earth Objects) que apresentam atividade orbital.
Comentários Facebook