Com Apoio de Alcolumbre, União Brasil Busca Manter Posição no Ministério
Um almoço entre a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e os líderes do União Brasil nesta terça-feira (8/4) foi descrito como uma coincidência por fontes do Planalto. O encontro aconteceu logo após a denúncia do (até então) ministro Juscelino Filho (Comunicações) pela Procuradoria-Geral da República por desvio de emendas. Durante a reunião, o partido comunicou a intenção de manter o ministério e em breve indicar um novo representante.
Inicialmente programado para ser um encontro restrito entre Gleisi Hoffmann, Antônio Rueda, presidente do União, e Pedro Lucas, líder do partido na Câmara, o almoço foi ampliado devido à denúncia, contando com a presença de importantes integrantes da sigla, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o ministro Celso Sabino (Turismo) e o próprio Juscelino Filho.
Diante da denúncia da PGR, a permanência de Juscelino no cargo tornou-se uma questão a ser resolvida. O partido expressou o desejo de manter seus ministérios atuais e rejeitou qualquer ideia de rompimento com Lula. Em um gesto pragmático, Juscelino Filho anunciou que pediria afastamento para se concentrar em sua defesa, evitando constrangimentos ao governo. O União adiantou-se e afirmou a Gleisi o desejo de manter suas atuais posições ministeriais.
Conforme reportagem do Metrópoles, uma reorganização ministerial já estava em discussão para atender às demandas do Centrão. Com a saída de Juscelino, h especulações de que Celso Sabino pudesse ser transferido do Turismo para as Comunicações, e o Ministério do Turismo poderia ser direcionado ao PSD de Gilberto Kassab. O União, embora criticado internamente no PT por possuir três ministérios sem entregar votos na Câmara, e ainda contar com o governador Ronaldo Caiado (GO) em pré-campanha contra Lula, poderia assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia como compensação.
A bancada do União Brasil não reagiu favoravelmente a essa possibilidade. Com 59 deputados, o partido detém a terceira maior bancada da Câmara, sendo parte ainda alinhada com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ala do “Centrão raiz” manifestou descontentamento e disse nos bastidores que, caso perdessem o Ministério do Turismo, romperia definitivamente com o Planalto. Agora, a legenda corre para selecionar um novo representante e indicá-lo como futuro ministro.
Apesar das divergências internas, a indicação de Pedro Lucas, líder do partido na Câmara, foi finalizada. A escolha busca evitar divisões na bancada e manter a estabilidade da legenda, que representa um modo de evitar grandes mudanças. Pedro e Juscelino, além de colegas de partido, são deputados federais eleitos pelo mesmo estado, o Maranhão.
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