A Suprema Corte do Reino Unido redefine o conceito legal de ‘mulher’. A decisão recente da Corte estabeleceu que, para efeitos de proteção sob o Ato de Proteção à Mulher, apenas indivíduos biologicamente nascidos do sexo feminino serão reconhecidos como mulheres. Essa mudança significativa foi motivada por uma contestação do grupo escocês For Women Scotland, que questionou a inclusão de mulheres trans em políticas governamentais destinadas a promover a participação feminina no setor público. Argumentou-se que espaços exclusivos para mulheres, como enfermarias hospitalares e competições esportivas, deveriam ser reservados às mulheres biológicas.
Embora a decisão da Suprema Corte tenha sido celebrada por grupos que compartilham essa perspectiva, a corte ressaltou que a discriminação contra mulheres trans não é tolerada. O embate teve início em 2018, quando o grupo escocês enfrentou uma derrota nos tribunais locais, porém reverteu o veredito ao recorrer à Suprema Corte. É importante destacar que a decisão não afeta a proteção das minorias trans sob outras legislações, mas estabelece uma distinção crucial na interpretação da lei.
Essa questão tem gerado intensos debates na Europa e nos EUA, especialmente após a postura do ex-presidente Donald Trump, que defendeu a existência apenas de dois sexos e impôs restrições à participação de pessoas trans em esportes e nas forças armadas. O tema também é objeto de discussão na Hungria, onde o primeiro-ministro Viktor Orbán cogita adotar medidas semelhantes.
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