Entenda os próximos passos do projeto de anistia pelo 8/1 no Congresso

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Entenda os desdobramentos do projeto de anistia referente ao 8/1 no Congresso Nacional

O PL, partido vinculado a Jair Bolsonaro, obteve as assinaturas necessárias para apresentar um pedido de urgência visando a análise do projeto de lei que propõe a anistia aos participantes de atos considerados golpistas. No entanto, antes de se tornar efetivo, o texto precisa percorrer um extenso caminho.

Inicialmente, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), terá que incluir a votação da urgência na pauta do plenário. Posteriormente, o conteúdo em si precisará ser debatido e aprovado pela maioria dos parlamentares presentes tanto na Câmara quanto no Senado, além de receber a sanção do presidente Lula (PT).

O que propõe o projeto de anistia?

O pedido de urgência refere-se a um projeto de lei de autoria do ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), proposto em 2022, que estabelece a anistia a todos os envolvidos em atos ocorridos entre 30 de outubro de 2022 (data do segundo turno das eleições) e a entrada em vigor da lei. Adicionalmente, outras seis propostas foram anexadas ao texto, ampliando a discussão.

Diante de pressões, o PL estuda uma nova versão mais restritiva do texto, possivelmente limitando o perdão aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro, visando convencer Motta a incluir a urgência da proposta na agenda.

Diante da complexidade do projeto, há interpretações distintas entre os parlamentares quanto aos crimes a serem abarcados, o período contemplado e quem exatamente deverá ser beneficiado, incluindo o ex-presidente, atualmente réu no STF.

Próximos passos do projeto:

1. Requerimento de urgência

O PL conseguiu reunir 262 assinaturas e apresentou o pedido de urgência na Câmara dos Deputados. Essa medida permite acelerar a tramitação, levando o projeto diretamente ao plenário, sem a necessidade de passar pelas comissões da Casa.

2. Decisão de Motta

Cabe ao presidente da Câmara decidir se incluirá ou não a votação do pedido de urgência na agenda do plenário, indicando que pretende discutir a questão com os líderes partidários em uma reunião prevista para depois do feriado de Tiradentes.

3. Votação da urgência

Para ser aprovado, o requerimento de urgência necessita do apoio de, no mínimo, 257 dos 513 deputados.

4. Debates na Câmara, no Senado e análise do presidente

Posteriormente, a proposta passará por debates na Câmara e no Senado, devendo ser aprovada pela maioria dos presentes em cada Casa. Finalmente, caberá ao presidente Lula sancionar ou vetar a lei dentro do prazo estipulado.

5. Papel do STF

Após a vigência da lei de anistia, esta poderá ser questionada no Supremo Tribunal Federal, que avaliará sua constitucionalidade.

Desafios para Hugo Motta pautar o pedido de urgência

O presidente da Câmara encontra-se em uma situação delicada, tendo em vista compromissos com o PL e pressões contrárias ao projeto. As negociações e articulações políticas definirão os rumos da proposta, com expectativas de intensificação da atuação do governo para redirecionar o apoio parlamentar.

É importante ressaltar que Motta não tem obrigação imediata de dar seguimento ao pedido de urgência, com diversas outras propostas aguardando tramitação.

Base de apoio ao pedido de urgência

A maior parte das assinaturas para o requerimento de urgência veio de partidos aliados ao governo Lula, com destaque para o PP e o União Brasil, este último buscando indicação ministerial.

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