Após um período marcado por tensões, confrontos verbais e negociações indiretas, os Estados Unidos e o Irã se encontram em Omã para discutir a questão nuclear iraniana. Esta reunião representa um marco na retomada do diálogo direto entre Washington e Teerã, após cinco anos de afastamento oficial.
Acordo Nuclear em Foco
- Trump deixou claro que um dos pilares de sua política externa é impedir que o Irã obtenha armas nucleares, tendo como objetivo principal firmar um acordo nuclear com o país liderado pelo aiatolá Ali Khamenei.
- Atualmente, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã possui 121,5 kg de urânio enriquecido a 60%, enquanto a quantidade necessária para a construção de armas de destruição em massa seria de 42 kg enriquecidos a 90%.
- Embora Estados Unidos e Irã tenham estabelecido um pacto nesse sentido em 2015, Trump decidiu abandonar o acordo em 2018.
- Como parte das pressões sobre o Irã, Trump ressaltou que retaliações, como bombardeios, poderão ser consideradas caso o país não aceite negociar.
A comitiva americana, encabeçada por Steve Witkoff, enviado especial de Donald Trump, se une à delegação do Irã liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Seyed Abbas Araghchi, em Omã.
As negociações surgem em meio a um cenário de tensões e desencontros diplomáticos entre as nações, refletidos na indefinição sobre o formato das discussões. Enquanto os Estados Unidos insistem em diálogos diretos, o Irã considera a reunião como um primeiro passo para negociações indiretas, tendo Mascate como ponte entre as equipes.
Teerã se mostrou relutante em participar de discussões diretas em resposta às políticas hostis de Trump e às crescentes ameaças militares americanas. Este contexto tumultuado intensifica as incertezas em relação ao encontro e ao futuro da região.
Pressão e Sanções
Antes da reunião em Omã, a administração Trump intensificou as sanções econômicas contra o Irã, como parte da estratégia de “pressão máxima” para conter o programa nuclear iraniano.
Recentemente, foram impostas sanções a entidades e indivíduos no Irã envolvidos no suporte a instituições como a Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI) e a Empresa de Tecnologia de Centrífugas do Irã (Tesa).
Ameaças Militares
Mesmo com a pressão econômica, Trump mencionou a possibilidade de recorrer a “bombardeios” se o acordo nuclear fracassar, com Israel sendo apontado como líder de uma possível ação militar em conjunto com os EUA.
Embora tenha reforçado suas forças no Oriente Médio, enviando um segundo grupo naval para a região, os EUA afirmam manter disposição para negociações. O Irã, por sua vez, manifestou sua intenção de oferecer uma “verdadeira chance” para as conversas com os Estados Unidos, enfatizando a importância da diplomacia em meio às tensões.
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