Durante a Brazil Conference, em evento organizado por estudantes brasileiros de Harvard e MIT, o ministro do STF Gilmar Mendes expressou seu orgulho em fazer parte do processo que resultou no que ele chamou de “desmanche da Lava Jato”. Mendes reiterou sua posição de que a operação conduzida em Curitiba foi, na sua visão, uma “organização criminosa”.
Questionado acerca do processo de suspeição do ex-juiz Sergio Moro e se isso representou o fim da Lava Jato, Gilmar Mendes respondeu enfaticamente. Ele afirmou ter notado abusos por parte dos investigadores, que posteriormente foram evidenciados pela Vaza Jato, desencadeando a Operação Spoofing.
O ministro destacou a importância dessas revelações, que expuseram mensagens privadas entre autoridades da Lava Jato, demonstrando irregularidades na colaboração entre julgadores e investigadores, o que é ilegal. Para Mendes, o momento crítico foi o ponto de virada que o levou a antever problemas na operação.
Referindo-se aos defensores de bolsonaristas que pedem o afastamento de Alexandre de Moraes da investigação sobre fake news e Bolsonaro, Mendes rejeitou qualquer suspeição sobre seu colega do STF. Ele enfatizou que as críticas a Moraes surgiram após assumir o inquérito das fake news e argumentou que não há razões para seu afastamento.
Ao defender o Supremo de acusações de ativismo, Gilmar Mendes ressaltou que as ações da corte seguem estritamente a Constituição. Ele também fez comentários sobre Moro, afirmando ter dito ao ex-presidente que foi um erro tê-lo nomeado ministro da Justiça, reconhecendo posteriormente a decisão de devolvê-lo ao “nada”.
Se posicionando diante de críticas, principalmente no contexto da sua viagem aos Estados Unidos durante uma ofensiva liderada por Eduardo Bolsonaro em busca de sanções a ministros do STF, Mendes ressaltou a importância da estabilidade institucional e da atuação da corte dentro dos limites constitucionais.
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