A greve dos entregadores de aplicativos iniciada na segunda-feira (31) segue firme nesta terça-feira (1°). O Sindimoto-SP aponta a falta de revisão nas taxas pagas aos profissionais como uma das principais reivindicações. Segundo o sindicato, o valor das entregas permanece estagnado há uma década, resultando em diminuições salariais significativas para os entregadores.
O Sindimoto-SP ressalta que enquanto os trabalhadores com registro em CLT tiveram quase 99% de aumento salarial, os entregadores de aplicativos viram seus ganhos reduzirem em quase 72% nesse mesmo período. Essa disparidade motivou a mobilização da categoria.
Por outro lado, a Amobitec, associação que representa empresas como iFood, destaca que mantém canais de comunicação abertos com os entregadores e apoia a regulação do trabalho intermediado por plataformas digitais em busca de proteção social aos trabalhadores e segurança jurídica nas atividades.
As manifestações dos entregadores ocorreram em diversas cidades do país, como Fortaleza, Rio Grande do Sul, Goiânia, Brasília, São Paulo e Santa Catarina. Os protestos visam demandas como definição de uma taxa mínima por corrida, aumento no valor por quilômetro percorrido, limitação de distância para entregas de bicicleta e garantia de pagamento integral dos pedidos, mesmo com entregas agrupadas.
Posicionamento do iFood
O iFood, em comunicação direta com os entregadores, reconhece o momento econômico do país e estuda a viabilidade de reajustes para este ano. A empresa destaca também o aumento progressivo do valor mínimo pago nas rotas nos últimos três anos, saindo de R$ 5,31 para R$ 6,50.
Essa greve reflete uma realidade em que 1,5 milhão de pessoas trabalhavam por meio de aplicativos e plataformas digitais, representando 1,7% da população ocupada no setor privado no Brasil, de acordo com dados do IBGE de 2024. A maioria dos trabalhadores neste formato são do sexo masculino, com nível médio de escolaridade.
Comentários Facebook