Harvey Weinstein ‘não aceitava um não como resposta das vítimas’, diz promotora
No novo julgamento do caso de agressão e estupro envolvendo o outrora poderoso produtor de cinema Harvey Weinstein, a promotora Shannon Lucey enfatizou que Weinstein “nunca aceitava um não como resposta” de suas vítimas. A promotora apresentou ao júri de sete mulheres e cinco homens as acusações das três vítimas que levaram o magnata de 73 anos a julgamento, destacando a marcante frase repetida por elas: “Ele nunca aceitava um não como resposta”.
Segundo Lucey, Weinstein exercia todo o poder sobre suas vítimas, enquanto estas não possuíam nenhuma influência. Detalhes dos ataques do produtor foram minuciosamente descritos, incluindo situações em que ele exigiu massagens e favores sexuais. Uma das vítimas, a modelo polonesa Kaja Sokola, com apenas 16 anos na época, foi mencionada no julgamento. A assistente de produção Mimi Haleyi também foi destacada por recusar avanços de Weinstein até um terrível encontro em 2006, quando, sozinha com o produtor, foi agredida.
A promotora enfatizou que Weinstein, muito maior e mais forte que a vítima, não respeitou seu desejo, forçando-a a manter relações sexuais mesmo diante de seus pedidos para parar. O advogado do produtor, Arthur Aiadala, defendeu a ideia de que as relações eram consentidas, ressaltando que a única questão imoral seria a traição à sua esposa.
No decorrer do julgamento, espera-se que testemunhas, como Mimi Haleyi, a atriz Jessica Mann e Kaja Sokola, relatem as agressões que teriam sofrido. Weinstein, diagnosticado com várias doenças graves, aguarda pelo desfecho do caso com a expectativa de que seja analisado sob uma nova perspectiva, oito anos após os episódios que provocaram sua queda e impulsionaram o movimento #MeToo, considerado um marco na luta contra abusos sexuais no ambiente de trabalho.
Atualmente preso, Weinstein, conhecido por inúmeros sucessos em Hollywood, cumpre uma condenação por outro caso de estupro e agressão sexual. Mais de 80 mulheres, incluindo nomes como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Ashley Judd, acusaram o produtor de assédio, agressão sexual ou estupro, evidenciando um comportamento predatório que utilizava sua posição na indústria cinematográfica para obter vantagens sexuais de atrizes e assistentes.
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