O Irã anuncia a continuação das negociações nucleares com os Estados Unidos de forma indireta. No último domingo, o país decidiu retomar o diálogo, desconsiderando a proposta de tratativas diretas do presidente Donald Trump. As conversas serão intermediadas pelo sultanato de Omã, agendadas para o próximo sábado, marcando um importante passo na tentativa de aproximação entre as duas nações após anos de distanciamento. O único tema em discussão será o programa nuclear de Teerã, em uma retomada significativa, visto que desde 1980 não há relações diplomáticas formais entre os países.
O chefe de diplomacia do Irã, Abbas Araghchi, não se encontrou diretamente com o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, mas tiveram uma breve conversa. A Casa Branca considerou as conversas positivas e construtivas, um avanço importante. No entanto, o professor de relações internacionais Gunther Rudzit alerta que ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar um acordo. As negociações indiretas, mediadas por Omã, buscam estabelecer as bases para futuras discussões, embora as exigências do Irã em troca de concessões ainda não estejam claras.
A posição de Israel será fundamental nas negociações, uma vez que o país tem pressionado contra o desenvolvimento do programa nuclear iraniano. Sendo um forte opositor, a postura israelense poderá influenciar o rumo das conversas. Com recentes revezes enfraquecendo o Irã, o país pode considerar a negociação de seu programa militar nuclear. As ameaças de Trump de uma possível operação militar em caso de fracasso nas negociações deram impulso às conversas.
Desde 2018, esta é a primeira vez que Irã e Estados Unidos retomam diálogos amplos, após a saída dos EUA de um acordo internacional em 2015. O local do próximo encontro ainda não foi divulgado, porém, espera-se que abra caminho para um entendimento mais amplo entre as duas nações.
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