Noite adentro, entre sexta-feira e sábado, a jovem que relata ter sido vítima de estupro por dois policiais militares em uma viatura, em Diadema, na Grande São Paulo, foi hospitalizada após prestar esclarecimentos à Polícia Civil sobre o caso. Desde o ocorrido, a vítima enfrenta crises de ansiedade e profunda depressão, conforme relatado por sua mãe ao Metrópoles. O soldado envolvido já havia sido reprovado em teste psicológico para ingressar na PM.
Os acusados permanecem detidos no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte de São Paulo, com a prisão por tempo indeterminado. Sua defesa nega as acusações e afirma que apresentarão suas versões durante o processo.
“Ela está sendo julgada como culpada [por algumas pessoas] e a culpa não é dela, é de quem fez o mal para ela. Então imagino como esteja a cabeça dela. Vendo minha filha assim fico ruim também. Passei [também] no médico [por isso]. É um momento bem delicado, parece que vai chegando no fim e o processo vai piorando”, afirmou a mãe da jovem.
O desgaste emocional da vítima se intensificou com as formalidades do inquérito policial, que demanda novos depoimentos e coleta de provas para respaldar os relatos à Polícia Civil.
Impacto profundo
A mãe da jovem revelou que sua filha abandonou os estudos devido às condições emocionais. A vítima, que já lidava com depressão, viu seu quadro agravar-se após o abuso sexual e desde então mantém-se isolada, em tratamento e sob medicação para ansiedade.
“Não é certo o que fizeram [os policiais] com ela, além do roubo, também o estupro”.
Após o estupro, os policiais teriam roubado pertences da vítima, incluindo seu celular com provas do ocorrido. Abandonada na beira da rodovia, a jovem tentou obter ajuda de motoristas até chegar a uma delegacia em São Paulo, onde detalhou o suposto crime.
Escuridão e abuso
Segundo a mãe da vítima, os policiais teriam coagido sua filha a manter relações sexuais no banco traseiro do veículo policial, estacionado em uma rua deserta e escura. A vítima acreditava que estava sendo levada para casa e aceitou a carona deles em Diadema, após um evento carnavalesco na capital.
“Minha filha ficou transtornada, falando que queria ir para casa e que eles tinham abusado dela. Recebi mais de 12 áudios dela. Tentei entrar em contato com os PMs [telefonando para a filha]. Um deles pegou o aparelho e não me respondeu. Foi uma sessão de terror”, afirmou a mãe da jovem.
Investigações em curso
A Polícia Militar, por meio da Secretaria da Segurança Pública (SSP), alega estar investigando exaustivamente a denúncia de estupro, incluindo a análise das câmeras corporais dos policiais. Perguntas sobre consumo de álcool durante o serviço e a operação das câmeras durante o período com a vítima não foram respondidas.
A situação permanece em aberto aguardando esclarecimentos.
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