As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a quase 60 países, incluindo uma sobretaxa de 104% sobre os produtos chineses, iniciaram vigência e geraram apreensão quanto a outra queda expressiva nas Bolsas. As novas tarifas entraram em vigor à meia-noite em Washington (1h00 em Brasília), impactando os 27 membros da União Europeia com uma taxa de 20%. Em relação à China, rival econômico principal dos EUA, a Casa Branca estabeleceu novas tarifas que, somadas às anteriores, totalizam 104%, uma medida que a China afirmou que contestará vigorosamente.
Enquanto isso, Pequim mencionou a possibilidade de dialogar com os Estados Unidos “em igualdade de condições e com cooperação mutuamente benéfica”, conforme sinalizado por um documento oficial divulgado pela mídia chinesa. Após uma ligeira recuperação na terça-feira, as Bolsas voltaram a despencar diante do medo das consequências da guerra comercial para o consumo e o crescimento econômico.
Na Europa, as Bolsas começaram o dia em queda acentuada. Nas primeiras horas de operações, as principais cidades registraram quedas significativas: Paris -2,84%, Frankfurt -2,37%, Londres -2,31%, Madri -2,79% e Milão -2,78%. O petróleo também refletiu o pânico nos mercados, atingindo suas menores cotações em quatro anos, em torno de 60 dólares o barril. A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que compreende 10 membros, incluindo o Vietnã, afetado por uma tarifa de 46%, exortou os países a agirem com determinação para enfrentar o risco de uma guerra comercial.
Diante do cenário de tensão, Washington expressou abertura para negociações, com Trump manifestando disposição para alcançar acordos adaptados com os países afetados pelas tarifas. Enquanto isso, na Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu medidas para “evitar uma escalada” durante uma conversa telefônica com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.
Analistas e economistas temem que a guerra comercial deflagrada por Trump prejudique a economia global, acarretando riscos de inflação, desemprego e uma desaceleração no crescimento econômico. O secretário-geral da ONU, António Guterres, demonstrou preocupação especial com os países em desenvolvimento mais vulneráveis, onde os impactos podem ser mais devastadores.
Esta situação reflete um cenário tenso nos mercados internacionais e a necessidade urgente de diálogo e cooperação para minimizar os impactos negativos nas economias globais.
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