O deputado Arnaldo Jardim, relator do “PL da Reciprocidade”, expressou alívio ao saber que Donald Trump anunciou uma taxa linear de 10% sobre as importações brasileiras. Ele temia que o Brasil fosse sujeito a tarifas mais altas. Com a decisão, Jardim comemorou a aprovação do projeto, que possibilitará uma relação comercial mais equilibrada com os EUA, e respondeu às críticas de Jair Bolsonaro, enfatizando que o objetivo não é confronto, mas sim ter ferramentas para negociações. A proposta visa estabelecer diálogo, encontrando soluções ponto a ponto e evitando confrontos desnecessários.
O que o senhor achou da decisão dos Estados Unidos de taxar em 10% as importações brasileiras?
No quadro todo, em que o presidente Donald Trump duas vezes tinha se referido ao Brasil, tanto quando fez o comunicado à nação no Congresso Nacional, como quando deu uma entrevista coletiva, eu receava que viesse o patamar maior, que o Brasil fosse escalado num patamar de incidência de taxa base acima dos 10%. Então, primeiro, estou aliviado com relação a isso. Mas segundo, isso não tira o nosso resguardo. É uma medida linear, não tem cabimento, é uma medida sem justificativa e nós queremos que se estabeleça um processo de negociação ponto a ponto, produto por produto. Isso que seria o correto a ser feito.
O relator destacou a importância do projeto como um mecanismo de alerta e incentivo às negociações, ressaltando a tradição do Brasil em negociar pacificamente e buscar acordos. Em relação às críticas de Bolsonaro, Jardim salientou que o projeto não visa confrontos, mas sim à salvaguarda nacional em situações extremas. A aprovação do PL foi celebrada como uma vitória em favor do interesse nacional, acima de divergências políticas, promovendo o diálogo e soluções em benefício do país.
Uma vitória foi trazer o PL, que estava em obstrução e que estava em dúvidas sobre sua posição, para votar junto com o plenário?
Estou muito feliz com isso. Conseguimos repetir praticamente aquilo que no Senado ocorreu aqui na Câmara. Ou seja, acima dos adjetivos da disputa política, o substantivo que é o interesse nacional prevalecer.
O ex-presidente Jair Bolsonaro fez algumas críticas ao projeto, o senhor tem resposta para a posição dele?
A observação que fez o ex-presidente Bolsonaro, pelo menos o que eu li, foi uma coisa genérica, ele não falou especificamente desse projeto, ele fez uma ressalva dizendo o seguinte: nós não podemos partir para o enfrentamento. E aqui não é um instrumento de enfrentamento e não é contra os Estados Unidos. Aqui é um instrumento que pode levar à adoção de medidas, mas é no final, esgotadas todas as alternativas, e não é especificamente com um país, é um instrumento geral de salvaguarda nacional.
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