Integrantes do governo Lula (PT) estão agindo de forma incisiva, munidos de um mapa de indicações políticas, para cobrar os deputados da base aliada no Congresso que assinaram o pedido de urgência do projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro. O relatório do projeto abrange anistia para atos passados e futuros relacionados a esses eventos, suscitando preocupações sobre possíveis benefícios ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, já havia planejado analisar as indicações de cargos federais feitas por políticos aliados nos próximos dias, mas a adesão à proposta de anistia acelerou esse processo. Segundo relatos, Gleisi busca negociar apoio às iniciativas do governo e, também, considerar a reeleição de Lula em 2026.
Em meio a essa dinâmica, a ministra tem ressaltado a necessidade de alinhar as lideranças partidárias com o teor jurídico e político do projeto de lei, buscando sensibilizar o Parlamento. A cobrança se estende aos parlamentares, levantando questões sobre a relevância dos cargos ocupados por seus afilhados políticos, antes de avaliar possíveis revisões de posição.
O governo, ciente da instabilidade na base aliada, articula de forma mais incisiva após o protocolo do pedido de urgência na Câmara dos Deputados. O movimento ganhou força com forte adesão de parlamentares de partidos aliados à proposta, o que gerou indignação, principalmente considerando o conteúdo delicado do projeto.
A ministra Gleisi, desde que assumiu a SRI, tem mantido diálogos francos com líderes partidários e parlamentares, e atualmente intensificará sua postura com os integrantes das legendas aliadas, reforçando a importância da coerência e alinhamento com os interesses do governo.
O líder do PL na Câmara protocolou o pedido de urgência, enquanto o governo buscava a retirada de assinaturas. A despeito disso, emissários do governo e líderes partidários negociam com os signatários para que retiram suas assinaturas, visando evitar a pauta no plenário da Câmara, mesmo sem validade regimental.
Em um cenário desafiador para o Executivo, o foco está em estabelecer limites e garantir a coerência dos parlamentares em relação aos interesses governamentais, não se impedindo por obstáculos na aprovação de medidas no Congresso. O governo e aliados atuam de forma estratégica para influenciar o desenrolar desse controverso projeto de anistia.
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