O governo de Donald Trump está revisando contratos com a Universidade Harvard e ameaça cortar bilhões em verbas. Nesta segunda-feira (31/3), foi anunciado que mais de US$ 255 milhões em contratos entre o governo federal e a universidade serão revistos. Isso faz parte de uma iniciativa para combater o antissemitismo, que abrange também cerca de US$ 8,7 bilhões em subsídios destinados à instituição e suas afiliadas.
Outras universidades, como Columbia, já enfrentaram medidas semelhantes, com cortes de financiamento significativos e imposição de exigências para evitar perdas maiores. Várias instituições receberam notificações do governo alertando para possíveis consequências caso não sigam as normas relacionadas aos direitos civis.
A secretária de Educação, Linda McMahon, criticou Harvard por promover “ideologias divisivas em detrimento da investigação livre” e por falhar na proteção contra o antissemitismo. Harvard pode corrigir esses problemas para recuperar sua reputação acadêmica.
“Nos últimos quinze meses, fortalecemos nossas regras e nossa abordagem disciplinar”, afirmou o presidente da Harvard, Alan Garber. Ele alertou que a perda de financiamento federal poderia prejudicar pesquisas científicas e inovações importantes.
A revisão dos contratos está nas mãos do Departamento de Educação, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, e da Administração de Serviços Gerais dos EUA. As agências avaliarão se é necessário interromper acordos entre Harvard e o governo, exigindo também uma lista detalhada de todos os contratos ativos.
As tensões nas universidades aumentaram após os ataques do Hamas a Israel em outubro de 2023. Harvard e outras instituições enfrentam investigações relacionadas ao antissemitismo e islamofobia. O governo Trump tem priorizado essas questões em sua abordagem de direitos civis, sob pressão do Congresso e da renúncia de presidentes de algumas universidades.
Enquanto a administração Trump defende a necessidade de proteger os estudantes judeus e os princípios educacionais, a abordagem de cortes abruptos está sendo contestada na Justiça. Associações como a Americana de Professores Universitários e a Federação Americana de Professores questionam a interferência governamental nas universidades, alegando ser indevida.
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