A noite envolveu o Morro da Capelinha, em Planaltina, com a atmosfera de devoção resplandecente aguardando o ápice da Via-Sacra: a ressurreição de Cristo.
No momento mais significativo, quando a representação se desenrolava no ponto mais alto do morro, um silêncio reverente tomou conta da multidão, seguido de aplausos, cânticos religiosos e fogos de artifício. Fiéis presentes no evento se emocionaram, incapazes de conter as lágrimas.
Anualmente, 1.100 personagens encenam a Via-Sacra, atraindo cerca de 150 mil fiéis. O espetáculo, além de celebrar a fé cristã, congrega diversos públicos, incluindo aqueles de diferentes crenças ou mesmo sem religião.
Jonch Wainh, de 18 anos, compartilhou: “Não sou católico, nem praticante, mas a emoção de estar aqui é indescritível”. Já Maria Clara Gomes, de 13 anos, afirma a importância da encenação para renovar a fé católica, destacando o verdadeiro significado da Páscoa.
Confira registros do momento mais marcante da encenação:
Jornada de Reflexão ao Morro da Capelinha
Subir o Morro da Capelinha na Sexta-feira Santa é mais do que assistir a uma peça: é viver uma experiência ímpar. Antes da crucificação e ressurreição, o público é envolvido por pequenas encenações ao longo do percurso, preparando os fiéis para os momentos intensos da Via-Sacra.
Acompanhe um trecho da encenação:
Cada cena retrata passagens da vida e sofrimento de Jesus, fazendo o público vivenciar a dor, fé e esperança presentes no evento.
Emoções à flor da pele marcaram o momento em que Jesus carregava a cruz e era chicoteado pelo caminho, assim como na cena da crucificação, onde muitos na plateia não contiveram as lágrimas.
Maria Antônia, 54 anos, descreve a jornada como uma peregrinação que a faz refletir a cada cena. Ao lado da família, Maria faz deste ato uma tradição anual de devoção.
Explore imagens da Via-Sacra no Morro da Capelinha:
Tributo que Transforma Dor em Resistência
Para Larissa Fernandes, 16 anos, e Francisca Maryelle, 18 anos, subir o morro descalças anualmente é uma homenagem emotiva à irmã de Larissa, Regiane, desaparecida em 2023 em Planaltina. Mesmo após a trágica descoberta da morte da irmã, Larissa e Francisca mantêm a tradição como uma forma de manter viva a memória de Regiane e transformar a dor em fé e esperança.
Manuel Francisco Neto, 59 anos, residente do Vale do Amanhecer, mesmo com dificuldades físicas, sobe o morro em busca de paz e saúde, confiando em sua fé para superar os desafios. Para ele, a Via-Sacra representa mais que uma tradição: é um momento de oração e gratidão.
Segurança e Organização
A Via-Sacra de Planaltina contou com reforço policial da Polícia Militar do DF, garantindo a segurança dos cerca de 100 mil participantes. Além disso, o corpo de bombeiros se fez presente com 200 militares e 23 viaturas, prontos para auxiliar e proteger os fiéis durante o evento.
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