A professora Irma Ferreira utilizou suas redes sociais nesta terça-feira (15) para compartilhar sua experiência e se manifestar sobre os recentes desdobramentos relacionados à sua contratação como professora substituta na Universidade Federal da Bahia (UFBA), que foi anulada devido à política de cotas. Em um vídeo comovente, ela aborda as regras do concurso e a legislação sobre cotas raciais.
“Eu me preparei para a prova. Conciliar o palco e os estudos nunca foi um problema para mim, faz parte da minha rotina desde sempre. Como uma mulher preta, não tenho tempo para errar, muito menos fazer as coisas de qualquer jeito. Após a prova, ouvi a banca comentar: ‘Ela fala bem, né?’. Recebi a aprovação e sabia dos meus direitos, li o edital e sabia que a vaga era minha por lei. Enfrentei o racismo institucional que vivenciamos. Sem mais delongas, sou Irma Ferreira, cantora lírica, mulher preta, de Salvador. Essa vaga é minha”, declara a professora com convicção.
Assista ao vídeo:
Nas redes sociais, Irma Ferreira menciona trechos do edital nº 02/2024 da UFBA, que oferta 83 vagas, sendo 62 para ampla concorrência, 16 reservadas para autodeclarados negros e 5 para pessoas com deficiência (PCD), conforme consta na primeira página do documento.
A professora destaca a cláusula 7.5.1 do edital (página 9), que determina: “Os candidatos com deficiência e negros enquadrados no item 7.2, se aprovados, serão direcionados para a vaga imediatamente em sua área de conhecimento, independentemente da classificação geral”.
Irma Ferreira ressalta ainda que “a Lei de Cotas estabelece um mínimo de vagas reservadas, mas as universidades federais têm autonomia para criar outras políticas de ações afirmativas para garantir reserva de vagas adicionais”, conforme informado pelo Ministério da Educação (MEC).
O relato da professora vem à tona em meio à repercussão do caso, com a UFBA defendendo publicamente a legalidade do sistema de cotas no concurso e anunciando recurso contra a decisão judicial que anulou a contratação de Irma Ferreira. Além disso, a UFRB também expressou solidariedade em apoio à UFBA nesse caso.
Conclusões injustas ameaçam o legado de igualdade representado pelas cotas raciais. Compartilhe sua opinião e junte-se ao debate pela equidade.
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