Juliana Merces, de 34 anos, transformou sua casa em uma boutique e um ponto de acolhimento para mulheres. Moradora de Novo Gama, na região do Entorno do DF, e mãe solo de dois filhos, ela criou o “Jardim da Cura” após enfrentar a perda de um bebê e o abandono do pai de seus filhos. Este grupo de apoio permite que mães compartilhem suas vivências e se ajudem mutuamente.
No DF, as mulheres representam 52,3% da população, liderando 31,5% dos lares, muitos em situações de vulnerabilidade, conforme dados recentes. Em 2024, 2.175 certificados de nascimento foram registrados apenas com o nome da mãe.
Com o abandono dos pais de seus filhos e a dor da perda, Juliana mergulhou em depressão, mas encontrou a força para se reinventar e abrir sua loja de roupas, a partir da qual se originou o grupo de apoio. “Para curar o coração de uma mãe, é preciso curar sua alma”, reflete Juliana. O grupo, que agora está aberto ao público, realizará seu primeiro encontro no dia 17 deste mês.
Entre as participantes, está Joanita Neves, 39, que se tornou mãe aos 21 e sempre conciliou vida profissional e maternal. “Quando minha filha Lousy nasceu, eu tinha meu próprio salão de beleza. Levava minha filha para o trabalho, mas sem uma rede de apoio é complicado”, conta.
Joanita fechou o salão após o nascimento da segunda filha, mas a saudade do que amava a levou a reabri-lo, mesmo enfrentando dificuldades para conciliar as duas jornadas.
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Joanita compartilha sua experiência em equilibrar a maternidade com a carreira. “Levar minha filha para o salão foi o que consegui fazer”, relata.
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
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Renata Maia, 41 anos, mãe solo de um filho autista, enfrenta a maternidade atípica com bravura, lidando com as necessidades de seus filhos diariamente. “A falta de acolhimento da sociedade é um desafio constante”, desabafa.
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Juliana, com sua história de superação, transformou a dor em motivação para apoiar outras mulheres em situações semelhantes. “A cura espiritual nos devolve a força”, afirma ela.
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Joanita Neves compartilha mais sobre sua trajetória, destacando sua luta por apoio durante os desafios da maternidade.
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Renata Maia relata a busca por inclusão e suporte diante dos desafios da maternidade atípica, enfatizando a luta por reconhecimento.
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Juliana continua a sua missão de acolher e apoiar mulheres, vencendo os desafios que a vida impôs a ela.
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Adicionalmente, 70,4% das mulheres no DF recebem até dois salários mínimos, o que impulsiona o empreendedorismo. Entre elas, 82,8% têm CNPJ e 28,9% são MEI, buscando independência financeira.
Paulo Almeida, professor de Empreendedorismo na FAC/UnB, destaca que o empreendedorismo é uma alternativa vital para mulheres chefes de famílias, especialmente as mães solo. Projetos como Pelo Olhar Delas visam promover autonomia através de capacitação, embora o acesso a crédito e formação continuada ainda seja uma barreira.
Maternidade atípica
Renata Maia, moradora da Asa Norte, lida com as necessidades diversas de seus dois filhos, um deles autista. Ela destaca que a desigualdade no suporte social é um colossal desafio, exigindo um esforço contínuo por inclusão adequadamente.
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