São Paulo — A Rua dos Protestantes, tradicionalmente ocupada por usuários da Cracolândia, amanheceu vazia no dia 13/5, após o governador Tarcísio de Freitas declarar que sua administração estava fazendo o que ninguém teve coragem de fazer, afirmando que “a Cracolândia vai acabar”.
No entanto, a apuração do Metrópoles mostrou que, embora o fluxo tenha diminuído em suas vias habituais, se espalhou pela cidade, como ocorreu em outras ocasiões ao longo de 30 anos. Comerciantes próximo à Favela do Gato relataram um aumento significativo de pessoas em situação de rua na região, que era incomum.
Na noite de terça, pequenos grupos se concentravam em áreas como as praças próximo à Avenida do Estado. O fluxo foi estimado em até 500 pessoas na Praça Marechal Deodoro, onde relatos indicam que a situação se intensificou nos últimos dias.
A Cracolândia acabou?
- O fluxo se deslocou, com usuários se concentrando em outros pontos, enquanto a presença policial impediu a entrada em algumas áreas.
- Relatos de usuários indicam que a repressão se intensificou, com a Guarda Civil Metropolitana utilizando força para restringir o movimento, o que resultou em agressões e apreensões de bens pessoais.
- Essa repressão tem levado a uma diminuição do fluxo, mas não seu fim total.
Um vídeo documenta a atuação da Polícia Militar na Praça Marechal Deodoro, evidenciando a vigilância sobre os usuários. Muitos relataram que a proibição da entrada de itens pessoais, como comida e roupas, impactou diretamente na dinâmica do fluxo.
Remoção
Com o movimento em outras regiões, moradores de bairros da periferia notaram um aumento no número de pessoas em situação de rua. Em várias postagens nas redes sociais, relatos de moradores enfatizam a aparente indiferença da prefeitura perante a situação.
Usuários afirmam que estão sendo removidos para locais distantes, como Campinas e Santos, o que levanta questões sobre a abordagem governamental na questão. Uma ex-funcionária de saúde que trabalhou na Cracolândia comentou sobre as dificuldades em encontrar usuários após essas remoções.
O que diz a Prefeitura
A Prefeitura de São Paulo, ao ser questionada, ainda não se manifestou sobre as denúncias de agressão e remoções forçadas. No entanto, publicou um vídeo destacando as políticas de atendimento aos usuários de crack, enfatizando a redução dos dependentes na área central.
O prefeito Ricardo Nunes expressou surpresa com a ausência de usuários na Rua dos Protestantes, enfatizando que a situação ainda não foi resolvida e que a prefeitura está em busca de entender melhor a transição do fluxo.
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