Gravações telefônicas expõem um esquema criminoso perpetrado por um correspondente do banco BMG, revelando como aposentados foram enganados com promessas de estornos e reduções de juros. Estas discussões fazem parte de uma investigação da Polícia Federal sobre um golpe bilionário que envolve descontos indevidos nas aposentadorias, detectado pelo Metrópoles.
Funcionários da Balcão das Oportunidades, parceiro do BMG, relatam que seus atendentes abordam aposentados com a falsa ideia de que eles têm valores a receber. Durante as ligações, os atendentes editam as gravações para fazer parecer que as vítimas consentiram com novos empréstimos ou filiações a sindicatos, sem que realmente o fizessem.
O Metrópoles teve acesso a quatro áudios em que os atendentes oferecem um estorno de aproximadamente R$ 200, utilizando dados pessoais das vítimas. Após a prova deste esquema, o BMG suspendeu suas relações com a Balcão das Oportunidades, repudiando veementemente a conduta de seus prestadores de serviço.
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Carros de luxo apreendidos com o Careca do INSS
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Motos importadas apreendidas na casa do Careca do INSS
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Mala de dinheiro apreendida em apartamento do Careca do INSS
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Polícia Federal deflagrou operação por fraudes no INSS
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PF cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão na Operação Sem Desconto
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PF aponta três operadores da farra dos descontos contra aposentados, entre eles o ”Careca do INSS” (ao centro)
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Jorge Messias, chefe da AGU
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Vinícius Carvalho, chefe da CGU
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Novo chefe da Previdência
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“Ninguém é autorizado a falar em nome do INSS”, afirmou o presidente Gilberto Waller.
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Como Funciona o Golpe?
- As gravações mostram que atendentes incentivam aposentados a confirmar seus dados, afirmando que têm um valor a receber do BMG.
- Após a confirmação, a gravação é editada para indicar que as vítimas consentiram com novos empréstimos e filiações a clubes, levando ao golpe.
- Embora o Metrópoles não tenha acesso às versões editadas, um caso foi revelado onde uma aposentada foi cobrada em decorrência desse tipo de manipulação.
Maria do Carmo Gonçalves Lara, de 77 anos, recebeu uma ligação da Balcão das Oportunidades. A atendente alegou que ela tinha um valor a receber do BMG por conta de um empréstimo. A conversa começa com promessas de estorno e termina com a aposentada fornecendo dados pessoais, incluindo o número de sua conta bancária.
No desfecho da chamada, mesmo desconfiada, Maria foi convencida. “O valor não dá nem R$ 300. A senhora acha que eu iria dar um golpe de R$ 300?”, alegou a atendente. Após a conversa, Maria do Carmo acabou sendo cobrada por um cartão de crédito consignado, nunca tendo concordado com isso.
Ouça o trecho da gravação:
Naquela ligação, a atendente pediu que Maria confirmasse se gostou do atendimento. Desconfiada, Maria ameaçou a atendente com a polícia. Infelizmente, a situação evoluiu para cobranças indevidas, levando-a ao Judiciário.
Em resposta à Justiça, o BMG afirmou que Maria havia realmente realizado saques, apresentando comprovantes que contradizem sua versão, mesmo sem que ela tenha desbloqueado o cartão. A ação foi extinta, impossibilitando uma perícia adequada.
Neto na Linha
O Metrópoles também obteve outros áudios que mostram como a manipulação se estende a familiares, onde netos são convencidos a confirmar dados no lugar de suas avós. Os atendentes insistem que não há custo adicional.
Dinheiro da Farra do INSS
A Balcão das Oportunidades recebeu cerca de R$ 9 milhões de associações fraudulentas sob a supervisão do empresário Maurício Camisotti, que controlava essas entidades e recebeu milhões de reais.
A Justiça já encontrou indícios de falsidade em gravações apresentadas por associações. Uma aposentada, Nilcea Maria dos Santos, cujo áudio foi utilizado de forma manipulativa, conseguiu uma indenização por conta dessas fraudes.
O Intermediário
Documentos revelam que Herbert Kristensson Menocchi, um ex-gerente do BMG, intermediava negociações entre a Balcão e as associações, lucrando com a captação de novos associados ao BMG.
BMG Suspende Contrato
Em resposta às denúncias, o BMG declarou que repudia as ações do correspondente e suspendeu sua parceria com a Balcão das Oportunidades. O banco enfatizou seu compromisso com a proteção de seus clientes e a integridade dos processos.
A defesa de Maurício Camisotti nega todas as acusações de fraude, afirmando que sua empresa operava dentro da legalidade. A Ambec, também citada, alegou que suas ações são realizadas por terceiros sem vínculo direto.
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