Pastor da Igreja Quadrangular é condenado por assédio a menores em Sergipe

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Na última segunda-feira, 26 de maio, a Justiça de Sergipe proferiu uma sentença contra o pastor Lucas Abreu, membro da Igreja do Evangelho Quadrangular, condenando-o por assédio sexual a menores. A pena estabelecida será cumprida através de serviços comunitários, em meio a um processo que ainda permanece sob segredo de Justiça.

A história começou a chamar a atenção em 2021, quando a Polícia Civil de Sergipe concluiu uma investigação que revelou indícios alarmantes de crimes sexuais envolvendo Lucas e seu pai, Luiz Antônio Abreu, também pastor. Os relatos das vítimas, que incluíam meninas de 13 e 15 anos, detalham abusos ocorridos durante momentos de aconselhamento espiritual e nas atividades da igreja. O advogado Aurélio Belém, atuando pela defesa das vítimas, enfatizou que o pastor abusou de sua posição de liderança para explorar a vulnerabilidade das adolescentes.

A denúncia inicial do Ministério Público tinha como base o crime de estupro de vulnerável, mas, após a análise dos fatos e das provas, a tipificação foi reclassificada para assédio sexual, o que resultou em uma pena menos severa, embora os relatos fossem extremamente graves. A defesa do pastor, alegando falhas processuais, anunciou que recorrerá da decisão, defendendo a inocência de Lucas Abreu, mas até o momento, não há novos desenvolvimentos sobre esse recurso.

O caso de Lucas não é isolado. Seu pai, Luiz Antônio Abreu, também foi investigado, indiciado por violação sexual mediante fraude contra sete mulheres. O inquérito continua em apuração, e ainda não foram divulgados desdobramentos judiciais. Durante essa fase, 21 pessoas testemunharam, ajudando o Ministério Público a construir uma narrativa que sugere um padrão de manipulação espiritual e exploração da confiança dos fiéis.

A Igreja do Evangelho Quadrangular não se pronunciou oficialmente sobre a condenação de Lucas Abreu, gerando críticas entre fiéis e líderes de outras denominações, que exigem uma postura clara e transparente em situações tão graves. O caso repercutiu amplamente em Sergipe, mobilizando organizações que defendem os direitos da mulher e da infância, que veem a condenação como um passo importante no combate a crimes sexuais perpetrados por figuras de autoridade religiosa.

Essas entidades alertam sobre o risco de impunidade em crimes envolvendo líderes espirituais, especialmente com a participação de menores. A expectativa é que, a partir deste caso, as igrejas adotem medidas mais rigorosas para garantir ambientes seguros e com protocolos que priorizem a proteção e a responsabilização apropriadas.

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