Na interseção entre fé, identidade e superação, a história de Sofhia Bachay ressoa com profunda força. Apesar de ter sido batizada aos 13 anos na Congregação Cristã no Brasil, sua jornada tomou um rumo desafiador ao revelar sua verdadeira identidade de gênero. “Fui expulsa quando comecei minha transição, mas isso não me afastou do meu relacionamento com Deus. Ele me aceita como sou”, declara Sofhia, uma das mulheres trans mais admiradas do Brasil, que se recusa a deixar a fé para trás.
Acompanhada por seu marido Gabriel, Sofhia continua a frequentar cultos da mesma denominação, mesmo após o afastamento. Para ela, a fé permanece inabalável, especialmente em tempos de crise. Recorda um período difícil financeiramente, quando orações e apoio espiritual resultaram em doações que revitalizaram suas vidas. “A presença do Senhor é constante em nosso lar. O que Ele busca é um amor sincero, não uma aparência perfeita”, acrescenta Gabriel, que se reconectou com a espiritualidade por influência de Sofhia.
O casal enfrenta julgamentos provenientes de uma sociedade que muitas vezes não compreende. No entanto, eles se agarra à crença de que seu testemunho pode inspirar outros na comunidade LGBTQIA+ a não abandonarem sua espiritualidade. “Nosso desejo é apenas viver esse amor com Deus todos os dias, com verdade e paz”, conclui Sofhia, enfatizando a importância da inclusão e do acolhimento.
Com quase 400 mil seguidores nas redes sociais, Sofhia também se destaca por seu posicionamento político conservador, manifestando apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa postura gera uma mistura de apoio e críticas, tanto no meio religioso quanto fora dele. Contudo, ela e Gabriel permanecem firmes em sua missão de viver uma fé que acolhe e transforma, mesmo diante da resistência de certas correntes dentro da igreja.
O relato desse casal toca em um tema cada vez mais urgente nas igrejas brasileiras: a prática do amor cristão e a inclusão. Em meio a debates sobre doutrina, identidade de gênero e sexualidade, a história de Sofhia e Gabriel é um testemunho poderoso da luta por uma espiritualidade autêntica em comunidades muitas vezes permeadas pelo preconceito. Para muitos fiéis LGBTQIA+, permanecer em cultos já é um ato de resistência e fé. Como você vê a questão da inclusão nas instituições religiosas? Compartilhe suas ideias!
Facebook Comments