Recentemente, a Polícia Federal (PF) deteve Debs Antonio Rosa, um dos nove alvos de sua operação contra um esquema de grilagem de terras no Pará. Apontado como o líder desse grupo criminoso, Debs se apresenta como um “produtor rural” e é um dos proprietários da Fazenda Talismã, que se localiza nas margens da rodovia transamazônica, em Vitória do Xingu (PA). A propriedade, que integra práticas de agricultura e pecuária, tem sua gestão divulgada em mídias sociais.
De acordo com a PF, a organização liderada por Debs é acusada de fraudes fundiárias, grilagem de terras da União, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos. Sua posição central dentro do esquema se destaca pela coordenação das operações e por seus laços familiares com outros investigados, o que, segundo a corporação, fortalece sua capacidade de perpetuar atividades ilícitas.
O histórico criminoso de Debs é descrito como extenso e diversificado, envolvendo conflitos agrários e outros delitos graves como homicídio, roubo e estelionato. Entre os pontos levantados pela investigação, um nome falso foi descoberto: Debys Antonio da Rocha, que, conforme a PF, seria utilizado para ocultar propriedades derivadas de atividades criminosas e evadir responsabilidades legais.
A polícia argumenta que a gravidade dos crimes e o uso de uma identidade falsa justificam a prisão preventiva de Debs. Além disso, a discrepância entre seu estilo de vida ostentoso, evidenciado por veículos luxuosos e eventos grandiosos, em comparação à sua renda declarada, também é um aspecto alarmante citado como indício de atividades suspeitas.
Um evento Marcante na Fazenda Talismã, em julho de 2023, exemplifica essa ostentação. Um show da popular dupla Bruno e Barreto atraiu uma seleção restrita de convidados para um churrasco em grande estilo. O próprio evento foi ostentado nas redes sociais da fazenda, reforçando um contraste entre a imagem elaborada e as acusações que pesam sobre Debs.
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Em uma publicação no Instagram da Fazenda Talismã, foi realizado um agradecimento aos presentes no evento, destacando o clima de alegria e paz. No entanto, a PF levanta suspeitas sobre a legitimidade das operações de Debs, indicando que a fazenda pode ser uma propriedade grilada, com registros de Cadastro Ambiental Rural (CAR) que pertencem a sua família.
Operação contra grilagem
A investigação foi iniciada em 2023 pela Polícia Federal em Altamira, revelando uma rede metódica de crimes, que incluía fraudes documentais e a utilização de escrituras públicas falsas. O esquema era apoiado por agentes públicos e privados que simulariam transações imobiliárias e obtinham financiamentos com garantias de propriedades ilegalmente adquiridas.
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A primeira fase da operação denominada Imperium Fictum foi deflagrada em 21 de maio, mobilizando centenas de agentes e resultando na execução de 39 mandados de busca e apreensão, assim como nove prisões. A ação se estendeu por vários estados, além do Distrito Federal, com a Justiça determinando a apreensão de R$ 608 milhões dos investigados.
Defesa
Consultada sobre o tema, a defesa de Debs optou por se manifestar apenas nos autos do processo, afirmando que “A defesa se faz no processo; não na mídia. Esta já o condenou!”.
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