Recentemente, o iFood, a popular plataforma de delivery, encontrou-se no olho do furacão. Ao lado de consumidores insatisfeitos, são os lojistas que levantam bandeiras de alerta, denunciando uma série de desafios na relação com a empresa. Enquanto os clientes se queixam de atrasos e reembolsos problemáticos, os restaurantes enfrentam uma luta ainda mais profunda: a alta taxa de repasse e a falta de suporte efetivo da plataforma.
De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), as taxas aplicadas pelo iFood variam de 12% a 23%, dependendo do plano escolhido. Além disso, taxas adicionais podem elevar esse número para até 32%. “Essas cobranças afetam gravemente a margem de lucro dos restaurantes”, explica Leandro Menezes, presidente da Abrasel na Bahia. “O iFood domina o mercado de modo quase monopolista, criando distorções que impactam a viabilidade dos negócios que dependem de suas soluções de entrega.”
A reclamação não se limita a questões financeiras; a comunicação ineficiente também é um ponto crítico. Um incidente recente exemplifica essa situação: um pedido foi confirmado, mas, devido a falhas na plataforma, o cancelamento foi feito e o restaurante arcou com o prejuízo. Esse tipo de problema é devastador para os negócios, que já estão lutando para se manter à tona em um mercado tão competitivo.

| Foto: Divulgação | iFood
A busca incessante por promoções acaba por acirrar ainda mais a competição entre os lojistas. O presidente da Abrasel afirma que, ao oferecer cupons de desconto e outras promoções atrativas, o iFood acaba beneficiando alguns estabelecimentos em detrimento de outros, gerando um fenômeno chamado “canibalização”. “Os restaurantes, na tentativa de se manter, acabam reduzindo seus preços e sacrificando suas margens de lucro”, explica Leandro.
Embora as promoções possam atrair consumidores, quem realmente paga a conta são os restaurateurs e entregadores, estrangulados por taxas excessivas e pela necessidade de oferecer preços competitivos. Isso, muitas vezes, prejudica a qualidade do serviço prestado.
“Muitas vezes, o restaurante não consegue absorver esses custos e acaba repassando para os consumidores”, conclui Leandro.
Além dos desafios econômicos, um tema que não pode ser ignorado é a segurança dos entregadores. Com mais de 19 mil denúncias de assédio e violência registradas em um ano, o cenário demonstra uma grave necessidade de atenção. O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia, Paulo Motta, destaca a urgência de ações tanto do iFood quanto do estado para proteger esses trabalhadores. “A segurança é fundamental para que todos os envolvidos, os entregadores e os consumidores, possam operar com confiança”, enfatiza.

Entregadores reportam problemas com empresa | Foto: Reprodução | Agência Brasil
Os consumidores também não ficam de fora das queixas. As principais reclamações incluem dificuldades com reembolsos, problemas de atendimento e falhas nas entregas. A insatisfação reflete uma necessidade urgente de melhorias no sistema. A reportagem tentou entrar em contato com o iFood para uma resposta, mas não obteve retorno.
Agora, queremos saber sua opinião. Você já enfrentou problemas com plataformas de entrega? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo e vamos abrir um diálogo sobre a importância de um serviço de entrega mais justo e eficiente!
Comentários Facebook