Brasa acesa: Ticomia resiste como uma das únicas grandes festas privadas do São João da Bahia pós-pandemia

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Nos últimos dois anos, o cenário de eventos privados no São João da Bahia mudou drasticamente. Em 2023, com a volta das festividades no interior após a pandemia, a realidade demonstrou uma queda significativa no número de eventos. Entretanto, a esperança se mantém acesa em Ibicuí, a 519 km de Salvador, onde o Ticomia se destaca como o único de seis grandes eventos juninos que resistiu.

Com 38 anos de tradição em 2025, o Ticomia acontece na Fazenda ElDorado e seu organizador, Raul Dourado, falou sobre a responsabilidade de manter viva a cultura nordestina. “Nosso objetivo é preservar a tradição do Forró, mesmo diante da competição com outros estilos musicais que invadiram o São João”, disse Dourado, ressaltando a importância da inovação sem perder a essência.

Criado em 1987 por um grupo de amigos em Ibicuí, o Ticomia começou como uma confraternização e cresceu, tornando-se um evento que impulsiona a economia local. Em 2023, alcançou 248 cidades e 19 estados, gerando R$ 4 milhões para a economia local em 2024.

A qualidade do serviço, segundo Dourado, tem sido crucial para fidelizar o público. A festa oferece um serviço all inclusive por R$ 690, incluindo bebidas e comidas típicas, o que, para ele, é um diferencial em relação aos eventos públicos que atraem com grandes atrações.

Para 2023, o Ticomia traz artistas como Saia Rodada e Calcinha Preta, e Dourado acredita que a experiência e o conforto oferecidos atraem o público, mesmo em meio a eventos gratuitos em praças públicas que reduzem a adesão aos eventos privados.

Dentre os desafios enfrentados estão as festividades gratuitas promovidas pelas prefeituras, que têm dificultado a atração de público para eventos pagos. Dourado mencionou que, apesar da crise no setor de eventos, a resistência em manter o Ticomia é também uma forma de preservar a cultura nordestina.

Embora o número de eventos privados tenha caído, a economia do estado não foi significativamente afetada, com uma movimentação histórica de R$ 2 bilhões em 2024, mesmo após a pandemia. Cidades conhecidas por suas festas particulares, como Ibicuí e Senhor do Bonfim, permanecem nos holofotes.

Dourado observou um aumento em bate-voltas, com visitantes optando por retornar após os eventos, o que indica uma mudança no comportamento do público. No entanto, ele acredita que essa fase é transitória e que a demanda por eventos de qualidade voltará a crescer.

Apesar da redução no investimento do governo para 2025, Dourado se mostra otimista, lembrando que eventos de qualidade sempre serão desejados e que a situação pode mudar novamente. O futuro do Ticomia e das festividades em geral depende da adaptação e resiliência de quem faz parte desse universo.

O que você acha da continuidade do São João em festas particulares como o Ticomia? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião!

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